23.09
2013

Intercâmbio: As principais diferenças (na prática) entre as moradias do Brasil e do Reino Unido

Depois de passar meses lendo, pesquisando, correndo atrás de documentos, imprimindo e scanneando contratos, finalmente o grande dia de embarcar pra morar em outro país chegou! Pra as pessoas que ficam, o pensamento é geral: “vai começar a vida boa dessa aí”. Eu não deixo de concordar com esse pensamento, mas quando eu cheguei em Edimburgo, durante as primeiras semanas, a única pergunta que eu me fazia era: Quem disse que morar em outro país é fácil?

Vejam bem, eu não to querendo desanimar ninguém, apenas quero deixar bem claro que algumas coisas aqui no Brasil são diferentes do Reino Unido no quesito moradia. Quer ver?

Ano passado, eu li no Blog Básico e Necessário, da Heloisa um post justamente sobre o que estranhamos quando chegamos em um outro país. Claro que algumas coisas eu imaginava que seriam diferentes, mas outras coisas eu não fazia a menor idéia. Então vamos aos fatos:

As "casinhas" com os lixos, cada um com sua tampa de cor diferente

As “casinhas” com os lixos, cada um com sua tampa de cor diferente

– A coisa que eu mais estranhei no meu flat foi no dia que eu precisei usar o fogão. Eu girava todos os botões e nada. Tive que ir lá na recepção e dizer: “acho que meu fogão não funciona”. Foi ai que a funcionária me explicou que existe um interruptor (tipo esses de tomada) na parede, que eu precisava ligar para que o fogão funcionasse. Alguém já tinha visto algo parecido com isso? Eu não! E como se não bastasse esse detalhe, eu ainda tinha que cuidar, pq a cada 15 minutos ele desligava automático. Então por exemplo, quando eu queria cozinhar algo mais demorado, eu tinha que ficar de prontidão ao lado do fogão ligando a cada 15 minutos o interruptor. O que era um saco, né?!?! Mas pra tudo existe uma explicação: os britânicos em geral são bem precavidos quando o assunto está relacionado com tudo que envolva fogo. E não é por acaso ou por não ter mais o que fazer que eles se preocupam com isso. Londres e várias outras cidades do país sofreram muito devido a vários indêncios que aconteceram ao longo das suas histórias. Então né, neste caso, não custa se precaver!

– Como eu não tinha costume de fazer comidas muito elaboradas em casa (eu sou um verdadeiro desastre na cozinha!), eu nunca fiz o alarme do incêndio do flat disparar, mas cansei de levar susto. Toda vez que alguém da vizinhança resolvia cozinhar ou até mesmo tentar fumar escondido dentro do seu flat, o alarme disparava. No inicio eu não sabia muito bem como proceder, se eu tinha que sair do apartamento ou esperar um pouco, mas com o tempo a gente se acostuma e sabe que 99% das vezes o alarme é falso.

Varal no banheiro

Varal no banheiro

– A geladeira também tem um interruptor que deve ser desligado caso a gente fique alguns dias fora do apartamento. Eu nunca cumpri essa regra, pois além de nunca ter ficado mais do que uma semana longe de casa, eu nunca deixei minha geladeira vazia.

– O varal fica no banheiro. Sim, toda vez que eu tinha que lavar alguma coisa, tinha que pendurar no banheiro. Estranho pq, se a gente parar pra pensar, o banheiro é a parte mais úmida da casa, então eu sempre tinha a impressão de que as coisas não iriam secar nunca, ainda mais na Escócia que tem a fama de ter um dos climas mais chuvosos e umidos que já conheci na vida. Mais que Curitiba! Sentiu o drama?!?! Mas pra resolver esse “probleminha”, o banheiro era equipado com…

– Um ventiladorzinho, uma espécie de desumidificador. No inicio foi instalado um aparelho que não era muito potente, mas no ultimo semestre que eu tava lá, eles resolveram mudar pra um aparelho bem mais eficiente. E acreditem, tinha dias que as roupas secavam literalmente da noite pro dia.

O ventiladorzinho milagroso do banheiro que seca as roupas da noite pro dia

O ventiladorzinho milagroso do banheiro que seca as roupas da noite pro dia

– No meu flat não tinha máquina de lavar roupas e nem tanque. As opções eram lavar a mão ou usar a lavanderia comunitária que ficava no térreo do edificio. A lavanderia do prédio era igualzinha as que estamos acostumados a ver em filmes americanos, inclusive tinha que colocar moedinhas pra poder lavar as roupas. E pra limpar os calçados? O jeito mais prático que achei foi guardar todos os panos velhos da limpeza da casa e usá-los na limpeza das minhas botas e sandálias. Eu não tive coragem de lavar nenhum dos meus calçados na pia da cozinha e muito menos na do banheiro.

– Normalmente os flats não tem climatizador (o meu não tinha), mas todos tem aquecedor. No meu flat, o sistema pra ligar e desligar o aquecedor era um pouco diferente do normal. Ele também tinha um interruptor e um botãozinho. Esse botãozinho quando era ativado, fazia com que o aquecedor ficasse ligado por uma hora e depois desligasse automaticamente. Muito útil na hora de dormir. Já a questão da temperatura, variava entre 1 e 9 e tinha que ser regulada no próprio aparelho do aquecedor.

– Dentro do banheiro não tem tomada. Eu imagino que isso seja uma regra geral em todo o Reino Unido. Nunca vi nenhuma tomada no banheiro, nem mesmo nos hotéis.

– Dentro do banheiro também não tem interruptor pra ligar a luz. O interruptor fica ao lado da porta, mas no lado de fora. Então pra usar o secador de cabelo ou até mesmo a prancha, era necessário achar um outra tomada e depois voltar no banheiro pra terminar de arrumar os cabelos.

Letterbox barulhenta

Letterbox barulhenta

– E até pra usar a tomada é necessário ligar o interruptor.

– Na porta do flat, tinha uma espécie de um buraco com uma tampinha, mais conhecida por “letterbox”, por onde o rapaz do correio deixava as correspondências. As vezes, no sábado de manhã, eu tomava cada susto quando ele ia colocar a carta, pq ao largar a tampinha, fazia um barulhão.

– E eu não posso esquecer que pelo menos na residência onde eu morava o pessoal era meio paranoico com a separação do lixo. Na área externa tinha três “casinhas” com vários lixeiros específicos, um pra lixo orgânico, outro pra plásticos e outro para garrafas e vidro em geral. Cada lixo desses era identificado por uma cor.

Então, como deu pra perceber, morar em outro país rende muitos outros aprendizados, além do contato e familiarização com outros costumes.

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Bruna Bartolamei
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