27.08
2014

Um dia no Palácio de Versalhes

por Raul Bartolamei

Quem vai a Paris deve reservar um ou até dois dias para fazer algum passeio pelos seus arredores. Uma ótima opção de passeio bate-volta é ir até a cidade de Versalhes, que fica a 20 km de Paris, para conhecer a sua principal atração, o Palácio de Versalhes e seus jardins.

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O ideal é reservar o dia todo para esse passeio, pois além do palácio, ainda é possível caminhar pelos seus jardins, visitar o Grande Trianon e os aposentos de Maria Antonieta. Além disso, é importante chegar cedo, pois o local é invadido por turistas do mundo todo e sempre tem fila pra qualquer coisa, porém pela manhã, a quantidade de pessoas é um pouco menor.

A antiga residência de caça do rei Louis 13, mais tarde foi transformada por seu filho, o rei Louis 14 (também conhecido como rei Sol) no Palácio de Versalhes, durante o século 17. Não contente com o plano inicial do projeto, mandou amplia-lo diversas vezes. A forma como as obras foram executadas chamou a atenção do povo, que via o palácio cada vez maior e mais luxuoso, enquanto eles passavam fome. Um século se passou, a revolta do povo aumentou e o palácio foi invadido.

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Na época, o Rei Louis 16 e sua esposa Maria Antonieta viviam no palácio, até que precisaram fugir as pressas da fúria da população, dando inicio a Revolução Francesa. A revolução foi liderada por aristocratas falidos e contrários ao poder absoluto da monarquia, que junto com os camponeses que passavam fome, se uniram para seguir um único principio que ficou conhecido em todo mundo: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” (Liberté, Égalité, Fraternité). O rei e sua esposa fugiram para Paris, onde alguns anos depois, acabaram sendo mortos pela população, o rei Louis 16 foi morto na Praça da Concordia e sua esposa, Maria Antonieta foi presa e um tempo depois foi condenada por traição e teve sua cabeça cortada em praça pública.

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Anos se passaram até que Napoleão resolveu voltar a utilizar o palácio com toda a sua família. Com o fim do Império da dinastia Bonaparte, o palácio de Versalhes foi mantido e aberto a visitação pública.

Nos passamos o dia todo em Versalhes e começamos o passeio pelo palácio. O palácio, além de ser gigante, é muito luxuoso e imponente. Apesar de apenas algumas alas estarem abertas para a visitação pública, há muito o que explorar. Basicamente, temos acesso as alas norte e sul do palácio, onde estão a Capela Real, os Apartamentos de Estado, a Galeria dos Espelhos e os Apartamentos do Rei e Rainha.

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A visita começa na Capela Real, apesar de não ser possível entrar, podemos vê-la da porta. Ela segue o estilo barroco e o grande destaque na minha opinião é que ela é totalmente feita de mármore e o teto é ricamente decorado.

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Os dois pontos altos da visita ficam mais no final, que são: os Apartamentos de Estado e a Galeria dos espelhos.

Os apartamentos de estado são um grupo de salas utilizadas tanto pelo rei e pela rainha como local de trabalho, recebendo seus ministros e realizando audiências públicas. Tudo nessa ala é muito decorado, desde o teto até as tapeçarias, com as paredes forradas de obras de artes e mobiliário muito refinado,  enfim, é tudo muito luxuoso e impressionante.

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Mas, sem duvida alguma, o grande destaque do palácio fica por conta da Galeria dos Espelhos. Como o nome já indica, a sala é totalmente decorada com espelhos. Hoje em dia pra nós, o espelho é um material simples, mas no século 17 ele era considerado um material caro e difícil de ser conseguido,  por consequência disso, tornava a construção ainda mais valorizada. As 17 janelas dessa sala ficam de frente para os jardins e de lá já da pra ter uma ideia da grandiosidade dos jardins. Além disso, essa sala presenciou um acontecimento histórico, a assinatura do Tratado de Versalhes, pondo fim a Primeira Guerra Mundial.

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E por fim, chegamos aos Aposentos do Rei e da Rainha, onde ficam os quartos onde Louis 14 dormia. Diz a lenda que sua cama ficava de frente para onde o sol nascia (tá lembrado que ele era chamado de Rei Sol? deve ser por esse motivo) e o quarto onde dormiam as rainhas que ocuparam o palácio.

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Seguindo o passeio, o palácio é totalmente cercado por um jardim imenso. Esse jardim é uma verdadeira obra de arte, projetado por André Le Nôtre, por ordem do rei Louis 14. O jardim era muito utilizado pelo rei e rainha e seus convidados, tanto pra caminhadas durante o dia, como em dias de festas e comemorações. E como esperado, o jardim é totalmente enfeitado por diversas estátuas e fontes. E ainda, tem um grande canal e dois lagos.

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O legal de visitar durante os meses de verão é que as fontes são ligadas e ainda, dependendo do dia da visita, enquanto caminhamos no jardim podemos ouvir música clássica. Sem duvida, essa foi uma boa forma de reproduzir a atmosfera de antigamente.

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E por fim, pra quem ainda tiver pique, é possível ainda conhecer mais coisas, como o Grand Trianon e os aposentos de Maria Antonieta. Nós não fomos, achamos que a visita ao palácio e aos jardins já estavam de bom tamanho, o restante fica pra uma próxima vez.

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No complexo do Palácio de Versalhes existem alguns restaurantes, cafeterias e uma casa de chá, o Salon de Thé Angelina, que foi onde nós fizemos um lanche. Essa casa de chá existe também no centro de Paris e é considerada uma das mais tradicionais do país.

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Para ir até Versalhes, existem diversas opções como RER, ônibus Versailles Express, trem ou excursão com alguma agência local. Nós optamos por ir de RER linha C5, pois a estação onde a gente desembarca em Versalhes, a Versailles-Rive Gauche, é a que fica mais próxima ao palácio. O trajeto de RER leva uns 30 minutos e mais uns 10 de caminhada até o portão principal. Existem placas indicando a direção, então, não tem erro.

Dicas: As segundas-feiras o palácio não abre, então é bom tomar cuidado com isso na hora de programar o roteiro. É interessante visitar o palácio logo cedo, pois a quantidade de pessoas vai ser infinitamente menor e deixar as outras atrações pra depois. O primeiro domingo de cada mês entre os meses de novembro a março tem entrada gratuita, é bom evitar, pois com certeza vai estar mais cheio do que de costume. Eles permitem fotos de todas as partes do palácio, porém elas devem ser sem flash. Existem diversos tipos de tickets, onde o chamado “passaporte” dá direito a entrada em todas as dependências de Versalhes. Durante os meses de verão, tem música nos jardins, então o ingresso é um pouco mais caro. Tem áudio guide em português.

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Curiosidade: dizem que o Palácio de Versalhes serviu de inspiração para construção de outros palácios pela Europa, como é o caso do Palácio de Schönbrunn, em Viena. Meus pais e minha irmã também estiveram em outro palácio inspirado em Versalhes, que foi o Blenheim, na Inglaterra.

Raul Bartolamei
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6 comentários em "Um dia no Palácio de Versalhes"
  1. Fernanda Scafi   27/08/14 • 18h46

    Eu amo palácio e castelos em geral então sou suspeita para falar de Versallhes rs. Mas fui em um verão insuportável e não aguentei ficar nem 15 minutos naquele jardinzão sem sombra!!! Tirei meia dúzia de fotos e desisti!

    • Contando as Horas   28/08/14 • 11h04

      Oi, Fernanda

      Somos duas, tbm gosto bastante de palacios e castelos. Sempre quando da pra incluir um no roteiro, eu sempre vou! Infelizmente esse eu não conheço, mas assim fica um motivo pra voltar pra França!

      Ah é? Não tinha parado pra pensar nesse detalhe da sombra. Os jardins me pareceram muito bonitos. Eu não gosto de viajar no verão pa lugares que não tenham praia, ano passado quase derreti na Italia (Roma, Florença, Bolonha e tal) indo no final do verão, imagina!

  2. Yasmin   27/08/14 • 20h32

    Ótimo post! Muito bom relembrar esse dia… Um dos meus lugares preferidos! Temos que voltar para ver fazer um piquenique naquele gramado, ver o Grand Trianon e os aposentos de Maria Antonieta… Sem contar os outros jardins escondidos. Ahhhhh Paris, que saudade!!!

    • Contando as Horas   28/08/14 • 11h08

      Oi, Yasmin

      Verdade! Eu ainda não fui a Versalhes! Tenho que ir, mas como bem ja avisou a Fernanda, não no verão. hahaha
      E aposto que esse lanchinho da foto é teu, acertei?!? :PP

  3. Renan   29/03/15 • 12h56

    Vou para a Franca daqui a duas semanas e fiquei em duvida com relacao os ingressos, tem o Passaporte e o Palacio, o primeiro por 25 euros e osegundo por 15.

    O a opcao mais barata tambem da acesso aos jardins?

    • Raul Bartolamei   30/03/15 • 00h15

      Ola Renan,

      A opção mais barata tem acesso aos jardins desde que não seja um dia com a seguinte programação: “Fountain Show and Musical Gardens days”. Caso o dia que vc deseja ir seja um dia com esses eventos, para ter acesso aos jardins vc deve comprar o Passaporte, caso não seja um desses dias vc pode adquirir o ingresso Palácio pois nesses dias a entrada ao jardim é gratuito.

      Abraço

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