A região da fronteira entre a Escócia e a Inglaterra é chamada de The Borders e está sendo descoberta aos poucos, inclusive pelos brasileiros. É uma região interessantíssima, cheia de histórias, batalhas e atrações, que é dificil deixar de fora de um roteiro de viagem à Escócia.
Para fazer um tour completo por essa região, o ideal seria ter um carro, mas como só de pensar em dirigir na mão inglesa eu já entro em pânico, achei melhor deixar essa idéia de lado.
A maioria dos vilarejos dessa região da Escócia não tem estação de trem e tudo tem que ser feito seguindo a risca o horário dos ônibus (que não são muito frequentes) pra não ficar sem opção pra voltar a Edimburgo. Nesse caso, achei que seria melhor (e menos trabalhoso) se eu fizesse esse day trip com uma dessas agências que existem aos montes espalhadas por Edimburgo.
A minha intenção inicial era fazer esse tour com a Timberbush Tours, mas como eles só tinham tour saindo as segundas e quintas, e segunda feira estava marcando chuva, acabei fazendo o tour com a Rabbie’s pq no domingo ia ter sol. Foi só por esse motivo mesmo. No geral, eu tinha achado o tour da Timberbush mais interessante, pq ainda poderiamos visitar uma destilaria de whisky, além do que era oferecido pela Rabbie’s.
O tour começou bem animado e ao som de muita musica escocesa seguimos para o nosso primeiro destino do dia: o Scott’s View, um lugar onde se tem uma boa visão de todo o vale do rio Tweed.
Esse ponto em especifico no vale recebeu esse nome pq era o local preferido do escritor escoces Sir Walter Scott para passar o tempo e se inspirar para escrever suas obras. Fazer esse passeio no outono é uma excelente opção, já que além da vista por si só já valer a pena, as cores da estação deixam tudo muito, mas muito mais bonito.
E o que chamava tanto a atenção de Sir Walter Scott? Além de toda a paisagem no geral, uma montanha com três picos, que ficou conhecida como Eildon Hill.
Muito perto dali, fica o Original Wallace Monument. Normalmente, a grande maioria das pessoas acabam visitando o monumento que homenageia William Wallace que fica em Stirling. Então, o “Original Wallace Monument” é bem menos conhecido, mas por ter sido o primeiro monumento a ter sido constuido, muitas rotas turisticas passaram a incluí-lo em seu roteiro.
Para ter acesso ao monumento é necessário percorrer uma trilhazinha repleta de folhas amarelas (eu já disse que o outono é minha estação preferida?) e lá no fundo está a estátua, imponente e muito bem preservada, que homenageia um dos maiores herois escoceses (tem que diga ao contrário, como por exemplo os ingleses, mas a opinião deles nesse caso não conta!!) de todos os tempos.
Como o próprio guia comentou, existe muita controversia a respeito das vestimentas (kilt e tudo mais) e do capatecete que Wallace está usando, já que naquela época as coisas não eram bem assim. Mas de qualquer forma, independentemente de ter sido assim ou não, a região do vale do rio Tweed continua a nos presentear com ótimas paisagens!
Seguindo viagem, nosso próximo destino foi a cidadezinha de Melrose, que fica a pouquíssimos kms da fronteira com a Inglaterra, onde fomos visitar as ruínas da famosa Abadia de Melrose.
A Abadia de Melrose, com seu estilo gótico é inconfundível, foi constuída no ínicio do século 12 e mesmo em ruínas, é considerada uma das mais bonitas do Reino Unido.
Por todos os cantos, ainda podemos ver alguns detalhes que sobreviveram ao tempo, muitos deles estão muito bem preservados.
Como quase tudo na Escócia, muitas igrejas, monumentos e palácios foram destruidos, seja por fenomenos naturais ou por batalhas. Poucos anos apos finalizadas as obras da Abadia, a cidade de Melrose foi invadida pelo exercito ingles que acabou destruindo boa parte do edificio, além de matar alguns monges. Outro grande acontecimento que também deixou marcas foi a Reforma Protestante, onde muitos outros monges acabaram perdendo suas vidas também.
Junto a Abadia de Melrose estão enterrados alguns Reis Escoceses e também o coração de Robert The Bruce, mas somente o seu coração, já que seu corpo está enterrado na Abadia de Dunfermline.
O passeio já estava quase chegando ao fim e nossa ultima parada foi na cidade de Roslin, onde fica a Rosslyn Chapel e ainda, logo ao lado, ficam as ruínas do Roslin Castle, que também aproveitei para conhecer!
Para visitar a Rosslyn Chapel é necessário comprar o ticket, que é vendido no Visitor Centre que fica junto a Capela, onde também estão alguns painéis explicativos sobre a origem, história e as restaurações que estão sendo feitas nesse lugar, assim como uma lojinha de souvenirs, um Café e os toilettes.
Para ter acesso a Rosslyn Chapel, é necessário comprar o ticket no Visitor Centre e o acesso é feito por uma porta automática. Para visitar tanto os jardins e o cemitério quanto a Capela, é necessário mostrar o ticket. Então, se a intenção não for a de realmente visitar o lugar, nem adianta ir até lá, pq existe um muro bem grandinho que bloqueia boa parte da visão.
O guia também nos deus duas opções: entrar e visitar tudo por conta própria ou aguardar o tour que começava dentro de 30 minutos. Eu optei por aguardar, e nesse tempo, comprei meu ingresso e aproveitei para ler um pouco sobre toda a história e lendas que estão relacionadas a esse lugar.
A Rosslyn Chapel está fortemente associada ao livro/filme O Código Da Vinci, de Dan Brown. O guia chegou a comentar que o número de visitas por mês cresceu de forma absurda depois que o livro foi lançado.
Além de tudo o que é abordado no livro/filme, ainda existem muitas histórias e lendas que até hoje são questionaveis, como se os Cavaleiros Templários existiram mesmo e ajudaram os Escoceses em sua Independência, ainda tem todo o mistério que envolve o Santo Graal e as histórias que indicam que ele está de fato escondido na Capela e ainda, as teorias relacionadas a Maçonaria .. Bom, isso ninguém sabe ao certo!
Mas uma coisa que não dá pra negar é que, o interior da Capela é muito bonito e todo enfeitado. Por tras desses “simples” enfeites existe todo um simbolismo curioso. São muitas e muitas colunas e pilares, estátuas e rostos esculpidos, elementos que nem haviam sido descobertos ainda naquela época e objetos e teorias que dizem ter alguma ligação com a Maçonaria, além de tudo ter um significado e riqueza de detalhes, que é impossível não ficar admirada.
Infelizmente não é possível bater fotos dentro da Capela, e ainda o fato de a parte externa estar passando por uma reforma, todas aquelas estruturas de ferro e os materiais que estão sendo utilizados nas restaurações deixaram todo mundo meio decepcionado, já que as fotos externas ficaram bem sem graça, mas fazer o que, não é?!?! (Quem quiser ver algumas fotos do interior da Rosslyn Chapel, é só clicar aqui).
E por fim, antes de voltar a Edimburgo, ainda tive tempo conhecer as ruínas do Castelo de Roslin.
Existe uma trilha que liga a Capela até o Castelo. É preciso atravessar uma ponte que passa pelo rio North Esk e toda essa caminhada ainda é acompanhada por paisagens super bonitas.
Obs.: O tour iniciou as 09:30 e voltamos a Edimburgo por volta de 16:30.
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Oi Bruna,
Quem quiser ir só para Rosslyn visitar a Rosslyn Chapel e o castelo, pode pegar um ônibus na Princess Street que vai direto. Passa a cada 30-40 minutos e demora uns 50 minutos para chegar. Pára na esquina da capela.
Levei uma tarde para visitar Rosslyn.
Bj