21.08
2014

Um tour pela capital do Grão-Ducado de Luxemburgo

O mapa da Europa é recheado de países e culturas diferentes. Alguns países se destacam mais, outros nem tanto. Luxemburgo é um bom exemplo de país que quase passa batido nos mapas europeus.

Desde que visitei Luxemburgo, ainda quando estava morando em Edimburgo, eu sempre fiz questão de visitar outros micro países. Desde então, eu já estive no Liechtenstein, em San Marino e no Vaticano (poderia ter ido em Mônaco, mas acabei cancelando essa viagem).

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Luxemburgo ocupa a sétima posição entre os menores países da Europa. Ele fica escondido bem no meio da França, Bélgica e Alemanha. Tem uma população de um pouco mais de 500 mil habitantes onde todos se orgulham de serem o único Grão-Ducado ainda existente no mundo. Além disso, o país também tem muito orgulho do seu passado, tanto que a frase “Mir wölle bleiwe wat mir sin” define muito bem o país atualmente “Queremos permanecer aquilo que somos”. Mesmo tendo sofrido com as invasões, sofridos incêndios e ter passados por alguns momentos de destruições, hoje em dia o que vemos por lá, é um país super organizado e seguro.

Ao contrario da loucura que é viajar pra Roma, Paris, Barcelona ou Londres, a capital do Grão-Ducado de Luxemburgo, que também recebe o mesmo nome do país, é bem tranquila de se conhecer. Uma dica: Não cometam o mesmo erro que eu. Não façam um bate-volta até Luxemburgo. Se a capital do país é essa lindeza toda que as fotos desse post mostram, imaginem o resto do país. Eu recomendo, pelo menos, uns 2 dias por lá. Dito isso, agora vamos ao que interessa.

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Para chegar até Luxemburgo, pouquíssimas cias aéreas voam até lá (a única cia aérea do país é a Luxair), então eu optei por ir de trem, em um bate-volta a partir de Bruxelas. O trajeto não é dos mais rápidos, cada trecho da viagem leva mais ou menos 2 horas e 40 minutos. Os trens partem da estação Midi em Bruxelas (a mesma do Eurostar) e o desembarque acontece na estação Central de Luxemburgo (Gare de Luxembourg). Eu comprei minhas passagens com a empresa de trem do país, a CFL. Logo após finalizar a compra pela internet, eu recebi um voucher com um link onde eu poderia imprimir ambas as passagens (ida e volta) em casa. Muito tranquilo.

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Um aviso importante: não sei se isso ainda acontece hoje em dia, mas quando o trem quando está quase chegando na fronteira entre os dois países, na cidade de Arlon, metade dos vagões vão pra um lugar e a outra metade seguiam pra Luxemburgo. Por sorte, meu 1 ano e meio de francês me salvaram de ir parar em um outro lugar, pq eu consegui entender o aviso no painel dentro do trem e fui falar com um funcionário. Ele teve que abrir as portas entre os vagões do trem e me levar pro vagão correto (que tinha destino final Luxemburgo). Nunca tinha visto isso até então em nenhum lugar da Europa. Quem for viajar com essa empresa nessa rota, é bom ficar atento pra ver se isso ainda acontece. Ok?!?!

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Uma coisa que me chamou atenção é que o país tem três línguas oficiais: luxemburguês, francês e alemão, onde o francês é a língua oficial administrativa do país, mas o alemão e o luxemburguês (que é uma variável do alemão) são os mais falados. Mas tem mais. Outro idioma bastante frequente de ser ouvido por lá é o português. Isso mesmo! Varias vezes eu tava andando na rua e ouvia o pessoal falando português. Achei aquilo estranho, beeem estranho. Quando voltei a Bruxelas, fui pesquisar no google e acabei descobrindo que os portugueses são a maioria entre os imigrantes no país. Claro que isso não significa que em todos os lugares todo mundo fala português e muito menos que existem traduções de placas, cardápios ou qualquer outra coisa para o português. Mas que foi uma surpresa agradável ouvir português por lá, ah, isso foi!

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A Cidade de Luxemburgo está localizada mais no meio do país, no local onde os rios Alzette e Pétrusse se encontram. Basicamente, a cidade foi construída numa parte mais plana no alto de um penhasco, onde as suas partes mais turísticas estão na Ville Haute (Cidade Alta), na Ville Basse ou Grund (Cidade Baixa) e na Kirchberg (onde estão os edifícios pertencentes a União Europeia, como Tribunal de Justiça da União Europeia, Tribunal de Contas Europeu e o Banco Europeu, além da Universidade de Luxemburgo).

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Quem chega de trem em Luxemburgo, desembarca na estação central, que fica a uns 10-15 minutos de caminhada do centro da Ville Haute. Existe a opção de pegar um ônibus pra fazer esse deslocamento, mas eu optei por ir a pé. Saindo da estação, é só seguir caminhando pro lado direito até chegar na Ponte Adolphe, considerada um dos principais cartões postais do país.

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Da ponte, podemos ver os Jardins Pétrusse, que estão as margens do rio pétrusse e que acompanham todo o curso do rio. Claro que no inverno a paisagem não era das mais espetaculares, mas fico imaginando como seria a paisagem com aquelas arvores com as cores do outono ou até mesmo durante o verão. Deve ser lindíssimo!

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Estacionamento para os carros é na calçada!

Nesse momento, o roteiro pode ter dois destinos: a Ville Haute ou a Grund + Kirchberg. Como eu sempre costumo fazer, eu prefiro começar o passeio pelo local mais longe da estação de trem, que nesse caso foi caminhar pelo Grund.

No caminho para chegar ao Grund, eu passei pela Catedral de Notre-Dame, considerada a principal igreja da cidade e é onde estão enterrados os antigos membros da família grão-ducal de Luxemburgo. As suas duas torres pontiagudas podem ser vistas de praticamente todas as partes da cidade, inclusive eu usei muito essas torres da igreja pra me guiar na hora de voltar pra estação de trem.

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Seguindo o trajeto, ainda passei pelo Chemin de la Corniche, uma espécie de passarela/mirante de onde dá pra ver toda a parte baixa da cidade. A gente literalmente caminha por uma trilha pelas muralhas da cidade, que um dia protegeram o Castelo de Luxemburgo, mas que infelizmente hoje em dia não sobrou quase nada pra contar história depois de ter sofrido um incêndio.

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Na verdade, na minha opinião, essa é a melhor parte do passeio, além de ser o local de onde conseguimos aas melhores fotos. Não é atoa que ficou conhecida como a “sacada mais bonita da Europa”. Concordam?

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A parte baixa da cidade parece um labirinto de casas coloridas as margens do rio Alzette. As chuvas estavam castigando essa região da Europa na época que eu fui e como dá pra ver, o rio tava quase transbordando.

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A partir do Grund é feito o acesso as Casamatas, as galerias/túneis subterrâneos que foram construídos para defender o país e abrigar a população durante a Segunda Guerra Mundial. Infelizmente nos meses de inverno não é possível visitar, mas dá pra ter uma pequena idéia de como elas são olhando de fora.

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A maior parte do dia eu fiquei na parte baixa da cidade, o Grund e mais pro final do dia eu fui até a parte alta, também chamada de Ville Haute.

Na Ville Haute, tudo gira em torno da Place Guillaume II, da Place Clairefontaine  e da Place d’Armes. Na Place d’Armes é onde ficam vários bares, restaurantes e cafés bem bonitinhos. Na época de final de ano é onde está o Mercadinho de Natal.

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Na Place Clairefontaine é onde fica um monumento a Grã-Duquesa Charlotte e é onde ficam alguns prédios do governo, como por exemplo o Ministério das Relações Exteriores.

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Já na Place Guillaume II, onde no centro da praça está a estátua em homenagem a esse Grão Duque, assim como é onde está edifício da prefeitura. Essa região está tão bem conservada que as vezes da impressão que a gente está em um cenário de filme.

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Atrás do prédio da prefeitura está o Palácio Grão-Ducal, residência oficial e local de trabalho desde 1890 do Grão Duque de Luxemburgo, que atualmente é o Grão Duque Henrique. Como eu estive em Luxemburgo em janeiro, nessa época não é possível visitar, mas pra quem for nos meses de verão, pode fazer um tour acompanhado de um guia.

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Como dá pra ver na foto, nem todos os guardinhas estavam em seus postos, tamanha a tranquilidade que encontramos por ali.

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A Ville Haute é uma região onde boa parte das ruas são para pedestres, então não há problema em caminhar por lá. E pra finalizar o passeio, meio que por acaso eu encontrei uma pâtisserie, uma das padarias mais tradicionais da cidade que existe desde 1937, a Wiltgen Boulangerie Pâtisserie, onde comprei um dos melhores croissants e macarons que comi até hoje (melhores que os franceses, juro!).

Bruna Bartolamei
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14 comentários em "Um tour pela capital do Grão-Ducado de Luxemburgo"
  1. Josevana   29/08/14 • 12h40

    Bem lembrada essa mudança de trem no meio do caminho! É preciso ficar atento! Abs,

    • Contando as Horas   31/08/14 • 21h17

      Oi, Josevana

      Hahaha Nem fala! Se eu não não entendesse um pouco de frances e nao tivesse ligada, sabe Deus onde eu iria parar! Por sorte deu tudo certo!

      :D

  2. Michele Massuchin   09/10/14 • 18h55

    Oi Bruna e Raul!
    Adorei o post e vou usar na minha viagem. Só estou em dúvidas sobre como chegar. Achei o trem um pouco caro? Você lembra quanto pagou? Sabe se existe alguma empresa de ônibus além da Megabus? Obrigada!

    • Contando as Horas   11/10/14 • 17h23

      Oi, Michele

      Isso mesmo, essa passagem de trem é um pouco cara mesmo. Mas né, como era a opção mais rápida, não tive outra opção. Se vc pretende passar pelo menos uma noite em Luxemburgo, ônibus até pode ser uma alternativa, porém o trajeto vai ser mais demorado.

      Não conheço nenhuma empresa de ônibus que faça esse mesmo trajeto. Vou ficar te devendo essa informação.

      De qualquer forma, obrigada pela visita aqui no blog!

  3. Volnei Heinen   13/11/15 • 21h39

    Estamos tendo a possibilidade de conquistar a dupla cidadania em Luxemburgo. Meu sogro e meu cunhado já tem. Gostaria de saber se é interessante fazer para meus filhos.

    • Contando as Horas   15/11/15 • 18h16

      Oi, Volnei

      Puxa, que legal!! Adorei conhecer Luxemburgo, país sensacional!!

      Eu acho interessante. Ter cidadania de um país europeu ajuda bastante pra diversas coisas. Essa é a minha opinião. Se puder, tenha a dupla cidadania, principalmente para os seus filhos, eles poderão usá-la bastante.

  4. Luciana Bitton   10/01/16 • 18h30

    adorei o site.
    Vc indica um hotel bem localizado e com bom preço em Luxemburgo?

    • Contando as Horas   11/01/16 • 14h54

      Oi, Luciana

      Como eu não me hospedei lá, não tenho nenhum hotel em especifico que eu já tenha testado pra te recomendar. Leve em consideração que se hospedar por lá não é muito barato. Mas se vc não quer gastar horrores com hospedagem, acho que os hotéis que ficam naquela avenida entre a Gare (estação de trem da cidade) e o centro antigo pode ser uma boa opção. Existem vários hotéis nessa região e arredores. Mas se você quiser uma sugestão, um que eu gostei bastante foi o Park Inn Luxemburg City, dá uma olhada pra ve se te agrada! Se eu tivesse que me hospedar lá ficaria nesse hotel.

      Obrigada pela visita aqui no blog!

  5. Wallace Magalhães   12/07/16 • 09h07

    Olá, interessantíssimo post, e foi bem de encontro com o trajeto que farei agora em agosto. E agradeço pela dica de ficar atento no trem. Como meu conhecimento é somente o inglês, além do português, quando você disse que o francês a salvou, fiquei um pouco preocupado, e por isso, escrevo esse comentário, para perguntar se nos avisos, o inglês também é mencionado… E além disso, você lembra se você foi para vagões mais para frente ou mais para o fundo da locomotiva. Desde já agradeço.

    • Contando as Horas   12/07/16 • 11h08

      Oi, Wallace

      Na época tinha aviso em inglês, francês e alemão, mas não lembro se esse caso especifico da separação do trem tinha em inglês. Eu lembro que eu tava meio dormindo, ai quando acordei começou a passar o aviso em francês e eu sai tipo uma louca atras de um funcionário pq precisava mudar de vagão rapidamente. Acho que hoje em dia o sistema de compra de passagem e reserva de assento deve tá bem melhor e com certeza vc não vai passar por esse mesmo probleminha que eu. Mas é sempre bom ficar atento e talvez, perguntar ao funcionário se vc esta mesmo no vagão certo que vai até Luxemburgo.

      Acho que eram os vagões mais na frente que iam a Luxemburgo, pq eu andei pro mesmo sentido que o trem estava se deslocando na hora que mudei de vagão. Comigo também foram outras duas mulheres, que também estavam no vagão errado e ouviram eu falando com o funcionário.

  6. Jéssica   10/02/17 • 15h46

    Olá, primeiramente eu gostaria de elogia-la pelo Blog! Parabéns! Adorei seu blog, você tem diversas informações aqui, parece que tudo que preciso esta aqui! Obrigada pela dedicação.
    Fiquei com uma dúvida com relação à comunicação em Luxemburgo, como só falamos inglês, será que conseguimos nos virar por la? Desde o atendimento no hotel e restaurantes, até mesmo trasporte e outros..
    Obrigada.

    • Contando as Horas   12/02/17 • 21h23

      Oi, Jéssica

      Obrigada pelo comentário!! :DD

      Sim, apesar de não ser em todos os lugares que todos falavam inglês, mas consegui me virar. Talvez hoje em dia muita coisa tenha mudado, mas acho que o idioma não será problema, fique tranquila.

  7. Wider   07/09/17 • 12h22

    Oiee, adorei seu post! Várias dicas!
    Aproveitando, exatamente qdo esteve por lá? Estarei em janeiro em Bruxelas, e queria mto conhecer a Cidade. Pensei em pernoitar, mas não sei se será possível. No entanto, considerando o ápice do inverno europeu, não sei se bate-volta também é conveniente.

    • Contando as Horas   09/09/17 • 13h19

      Oi, Wider

      Fui em janeiro também! Bate volta é puxado, mas da pra fazer se vc for bem objetivo. Mas o melhor mesmo seria dormir la pelo menos 1 noite.

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