Uma das coisas que mais me surpreendeu em Glasgow foi o calçadão que tem em toda a extensão do rio Clyde. Eu já tinha caminhado por ali algumas vezes, mas só na parte mais central. Porém dessa vez, eu caminhei boa parte dessa região. Eu sai do Green Park que fica em uma das extremidades da parte mais central de Glasgow e fui até o Riverside Museum, literalmente no outro lado da cidade.
Esse trajeto não é dos mais curtos, mas acho que levei mais ou menos 1 hora e 30 minutos. Claro que nesse meio tempo parei inúmeras vezes pra bater foto, pra descansar e pra olhar um pouco o movimento. Eu não tinha nenhuma pressa, afinal, a única atração que tinha reservado pra visitar na parte da tarde era o Riverside Museum. Quanto a isso, foi bem tranquilo.
Quem sai do Green Park, logo já vai ver o rio Clyde. Num primeiro momento, essa parte da cidade é meio sombria e chega até a dar um medinho (acho a gente fica com uma má impressão por causa da ponte em má conservação), mas depois disso, as coisas só vão melhorando.
A primeira grande atração as margens do rio Clyde é a Catedral de St Andrew. Essa igreja junto com a Catedral de Glasgow, são as mais importantes da cidade. A igreja foi construída para homenagear o santo padroeiro da Escócia, St Andrew.
Essa catedral tem uma história bem interessante. A idéia de construir essa igreja surgiu no final do século 18, quando diversos imigrantes vindos da Irlanda queriam que a cidade tivesse uma igreja católica. Até aqui tudo bem. O problema mesmo veio na hora de colocar isso em pratica, pq a maioria da população de Glasgow naquela época achava uma afronta ter uma igreja católica na cidade.
Claro que os Irlandeses não se intimidaram e seguiram adiante com a sua vontade, mas não foi nada fácil. Eles tiveram que fazer uma mega manobra pra conseguir construir a igreja. Nos primeiros meses, tudo o que os irlandeses construíam durante o dia, a noite os glaswegians (pessoas nascidas em Glasgow) sabotavam e destruíam. Com isso, foi necessário colocar guardas noturnos pra vigiar a construção da obra. Apesar das revoltas, discussões e tudo mais, a igreja foi concluída. Mas claro, os escoceses não deixaram ela receber outro nome que não fosse o do padroeiro da Escócia, afinal, ela estava sendo construído em solo escocês.
A igreja é bem pequena e dá pra visitar rapidamente, coisa de uns 15 minutos, no máximo. Os grandes destaques são os vitrais e as duas estátuas dos santos padroeiros dos dois países, St Andrew (padroeiro da Escócia) e St Patrick (padroeiro da Irlanda). Abre todos os dias e a entrada é gratuita.
Seguindo o passeio, daqui até chegar próximo a região onde está a Ponte Clyde Arc (um dos símbolos modernos da cidade), basicamente não tem nenhuma atração a ser visitada. O legal é caminhar, olhar o movimento, fotografar a paisagens e descansar um pouco.
É bom prestar atenção nas demarcações no chão, que indicam exatamente os pedestres e ciclistas devem ficar. E não fazer como eu, que sai andando tipo uma louca e quase fui atropelada por uma bicicleta!
Nesse trajeto existem diversas pontes, algumas mais moderninhas, outras mais clássicas, outras meio que caindo aos pedaços. Mas como tudo isso faz parte da paisagem, eu fiquei ali alguns minutos fotografando de todos os ângulos, claro!
Ao longo desse trajeto existem algumas esculturas e alguns pontos de aluguel de bicicleta disponibilizado pela prefeitura de Glasgow. Quem ficar com preguiça de caminhar, alugar uma bike pode ser uma boa idéia. Eu só não fiz isso, pq a cada meio passo que eu dava, eu batia umas 10 fotos.
Mas continuando… Quando a gente chega próximo a uma ponte enorme, gigante mesmo, que tem um trafego de veículos assustador, o trajeto está na metade. Nessa região existem alguns hotéis e também diversas residências bem as margens do rio. Confesso que fiquei com uma invejinha desse povo que mora ali.
Mais uns 10 minutinhos de caminhada e a gente chega na ponte mais famosa de Glasgow, a Clyde Arc. Praticamente 70% dos cartões postais ou qualquer coisa mais turística tem essa ponte. A ponte em si, não tem nada d+, a não ser pela vista que ela proporciona da parte mais moderna da cidade.
Essa região onde ficam o escritório central da STV e da BBC, o Glasgow Science Centre, a Glasgow Tower e o SECC foi revitalizada não faz muito tempo.
Entre todos esses lugares, alguns estão abertos a visitação, como por exemplo:
É possível conhecer o edifício principal da BBC Scotland através de um tour guiado chamado de “Step inside the BBC: Behind the scenes“. Esse é um dos centros de transmissões mais modernos do país e é onde são gravados diversos programas e noticiários. Na minha opinião, o único inconveniente nesse tour para estrengeiros é que como a gente não está familiarizado com os programas, o tour perde um pouco da graça. Sem falar no tempo total do tour, que é longo, aproximadamente 2 horas. Mas pra quem tiver interesse, é necessário reservar com antecedência, pq eles só acontecem as terças e aos sábados e são pagos. Agora quem quiser visitar de graça, quando tiver acontecendo o evento Door Open Days (sempre em setembro), esse tour está sempre presente na programação.
Na verdade, esse tour se popularizou mais depois que o Principe Charles apresentou a previsão do tempo em 2012, em uma visita para comemorar o aniversário de 60 anos da BBC Scotland, então agora, todo mundo quer conhecer os estúdios e bater uma foto lá.
Bem em frente ao prédio da BBC Scotland fica o Glasgow Science Centre, um complexo formado pelo Science Mall (museu relacionado a ciência e tecnologia, além de ter um planetário), o IMAX cinema (considerado o primeiro IMAX cinema da Escócia) e a Glasgow Tower, uma torre de observação com 127 metros de altura, com uma vista de 360 graus de Glasgow.
Eu até tava com muita vontade de visitar essa torre de observação, mas depois que li em diversos lugares que desde que ela foi inaugurada ela nunca ficou muito tempo aberta, pois sempre apresentava algum problema técnico, sei lá, achei melhor não arriscar. Na verdade, essa torre tava fechada desde o inicio de 2013, ela passou por uma longa temporada de reforma e reabriu agora no final desse verão. Imagino que a vista deve ser espetacular! Mas fica pra próxima! Quem tiver coragem e achar que vale a pena, me avise!! =D
** Quem quiser ir direto pra essa região da cidade pra visitar a BBC Scotland e o Glasgow Science Centre, é possível ir de metro e descer na estação de Cessnock, ai é só caminhar uns 10 minutinhos.
Quase em frente a Glasgow Tower, fica a Ponte do Millenium, uma ponte exclusiva para pedestres e bicicleta (cuidado pra não ser atropelado!!), que dá acesso as outras atrações da cidade que estão do outro lado do rio.
Na verdade, essas outras atrações são apenas pra ser fotografadas por fora, já que turisticamente falando não há nada pra se visitar por ali. O SECC – Scottish Exhibition and Conference Centre é formado pelo Clyde Auditorium e pelo SSE Hydro Arena.
O Clyde Auditorium, mas conhecido por Armadillo por causa da sua forma, é uma casa de concertos e eventos. Esse lugar meio que entrou pro roteiro turístico de Glasgow pq foi o local onde Susan Boyle ficou famosa, quando ela participou do programa Britains Got Talent. Quem não lembra, né?!?!
Já o SSE Hydro, projeto de Sir Norman Foster (o mesmo do Gherkin, da Ponte do Milênio, da Prefeitura em Londres, entre outros), também é um local para eventos, porém ele é mais usado pra show de artistas internacionais e eventos esportivos.
Junto a eles fica o Finnieston Crane, um guindaste que não está mais em atividade e que foi deixado ali como símbolo da engenharia moderna da cidade. Só mesmo em Glasgow pra gente ver esse tipo de homenagem. Todo mundo vive evitando os guindastes em uma foto, mas nesse caso, ele esta mais do que inserido na paisagem e claro, é muito fotografado!
E por fim, agora vem a parte mais monótona do passeio, já que a caminhada até chegar no Riverside Museum e no Tall Ship passa por uma parte que ainda não foi totalmente revitalizada e ainda está em obras. Entao, não há nada de interessante pelo caminho. Essa caminhada pela mais ou menos uns 20 minutos.
Quem não tiver paciência de caminhar até lá, dá pra pegar o metro na estação que tem perto da BBC e descer na estação de Partick e caminhar uns 10 minutos até a entrada do museu.
Quem tiver em duvida se vale ou não a pena o empenho de ir até esse lado da cidade, eu já escrevi um post sobre o Riverside Museum e o Tall Ship. Para ver esse post, é só clicar aqui.
E por fim, a ultima atração as margens do rio Clyde é a Igreja de Govan, que fica quase em frente ao Riverside Museum, mas do outro lado do rio.
Pra ir até lá, um barquinho que faz a travessia de forma gratuita (somente nos meses de verão), sempre que juntar uma meia dúzia de pessoas por ali. Ao descer no píer, é só seguir caminhando pro lado direito e logo o portão de entrada da igreja já aparece na nossa frente.
A Govan Old Church ficou conhecida por causa de uma importante coleção de pedras esculpidas, que datam da era dos Vikings, para comemorar a liderança dos que governavam o Reino de Strathclyde, região na qual Glasgow fazia parte. Essas pedras foram encontradas em seu terreno e hoje podem ser vistas em exibição na nave principal da igreja.
Saindo da igreja é só procurar pela estação de metro de Govan e descer na estação de Cessnock para voltar praticamente metade do caminho. Se o dia tiver bonito, vale a pena ir até as margens do rio Clyde novamente, só para fotografar o por do sol. Imperdível!
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Oi, Bruna. Tudo bem? :)
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Boia – Natalie
Oi, Natalie
Obrigada pelo destaque!