A região bem ao norte da Escócia é um dos lugares menos explorados do país. E isso nada tem a ver por ser uma área pouco divulgada. Na verdade, a maior problema nesse caso são as distâncias e a falta de uma boa frequência de transporte público.
O extremo norte da Escócia é um lugar tranquilo, bem despovoado, com paisagens espetaculares e vilarejos perdidos (literalmente) no meio do nada. Mas ai todo mundo deve estar se perguntando: O que eu fui fazer lá, certo?!? Sei lá, curiosidade em conhecer uma parte pouco explorada desse país que eu considero a minha terceira casa.
Pra que esse passeio fosse possível, eu reservei um tour com uma agência local em Inverness. O tour foi meio longo, mais ou menos umas 10 a 11 horas, mas valeu muito a pena! Os lugares são pequenos, fáceis de serem visitados e o tempo em algumas atrações foi na medida.
Pra quem quiser fazer esse mesmo roteiro por conta própria alugando um carro, eu aconselho a reservar pelo menos uns 2 dias. E se alguém pretende percorrer tudo isso de trem ou ônibus, recomendo uns 3 a 4 dias, pois as frequências e os horários não favorecem muito os turistas.
Mas chega de blábláblá e vamos ao que interessa.
O tour começou com uma breve parada (uns 10 minutos) na península de Black Isle, localizado entre o Moray Firth e o Cromarty Firth, dois penhascos que estão localizados um pouco ao norte de Inverness. Essa região, o grande destaque mesmo são as paisagens. Lembro que quando fizemos a primeira parada, a primeira coisa que me veio a cabeça foi a Islândia. Achei essa região da Escócia muito parecida com tudo o que vi na Islândia (tirando os vulcões e as geleiras, claro).
Pelo caminho são feitas diversas paradas em vilarejos e lugares considerados fotogênicos. E realmente, é muito difícil conseguir parar de bater foto. Sempre tem algo interessante pra onde quer que a gente olhe.
Essa região mais no extremo norte da Escócia é chamada de Caithness e apesar de pertencer as Highlands, tem uma paisagem bem diferente do que eu já tinha visto até então, onde tudo ao invés de ser formado por vales, montanhas e lagos, essa região é mais plana e com alguns castelos e castelos em ruinas pelo caminho.
As principais cidades são: Wick (a capital) e Thurso, ambas essas cidades tem estação de trem, rodoviária, aeroporto (em Wick) e porto. São cidades relativamente pequenas, com população na faixa de 7 a 8 mil habitantes apenas. Mas não foi nem Wick e muito menos Thurso que ficaram famosas, o local mais visitado nessa região é o vilarejo de John’O Groats.
Jonh’O Groats é um vilarejo com apenas 300 habitantes. Esse lugar fica literalmente onde o diabo perdeu as botas, pois é considerado (junto com oo Dunnet Head) o lugar mais ao norte da ilha da Grã-Bretanha. Na verdade, John’O Groats é a região mais distante entre dois pontos inabitados da ilha da Grã-Bretalha, ficando a 1409 km de distância do Land’s End, que fica no sul da Inglaterra, na região da Cornualha.
Dizem que esse nome foi dado em homenagem a Jan de Groot, um holandês que recebeu permissão do rei James IV no inicio do século 15, para transportar pessoas entre a ilha principal e a ilha de Orkney.
Além das paisagens belíssimas e da oportunidade de pegar um ferry até as Ilhas Orkney, uma das coisas que mais atraem pessoas até lá é um placa indicando algumas distancias entre John O’Groats e outros destinos importantes.
Apesar de ser um lugar meio deserto, existe um hotel e um restaurante, além de algumas lojinhas de souvenirs e os quiosques de venda de passagens de ferry pra quem segue viagem até as Orkney.
Infelizmente eu não tive tempo de visita outras atrações interessantes dessa região, como por exemplo o Castle of Mey, que fica a 10 km dessa região, entre John O’Groats e Thurso.
Bem perto de Jonh O’Groats, mas em direção a Wick, fica outro ponto localizado no extremo norte do país: Duncansby Head. Esse lugar é de uma tranquilidade absurda. Surpreendentemente o vento não estava forte e deu pra caminhar tranquilamente o local.
Ali, além da própria paisagem, fica o Duncansby Head Lighhouse que hoje em dia ainda serve como farol, mas também é onde foi montado um pequeno museu. No dia que eu estive lá, o museu estava fechado.
Então todo o tempo que tive ali, eu usei pra explorar a região. Fiz uma pequena trilha que leva a grande estrela da região de Duncansby Head: os Duncansby Stacks, dois pináculos feitos de pedra que estão localizados no Mar do Norte e que viraram o símbolo desse lugar.
Além disso, se o tempo permitir, ainda é possível ver o sul da ilhas Orkney também.
Pelo caminho vi diveeeersas ovelhas. Muitas mesmo. Algumas até paravam e ficavam olhando meio desconfiadas para as câmeras, já outras pareciam que não eram muito fãs de máquinas fotográficas e de turistas, pois saiam correndo, literalmente.
No caminho de volta a Inverness, passamos por Wick e pelo vilarejo de Pulteneytown, local onde fica a destilaria Old Pulteney, que já teve um de seus whiskys premiados recentemente (em 2012) como um dos melhores do mundo.
Eu não tive tempo de visitar, mas perto de Wick fica o Castle of Old Wick, que apesar de estar em ruinas, fica a beira de um penhasco, com paisagens super bonitas, podendo render fotos bem legais.
Dicas extras: pra ir até o extremo norte da Escócia, a Flybe voa pra Wick, existe um ônibus da Stagecoach Highlands que parte de Inverness e ainda, da pra pegar o trem da ScotRail e ir até Wick ou Thurso. Também tem a opção de ferry para as ilhas Orkney, que eu to sonhando em conhecer em uma próxima visita a Escócia!
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Bruna estou encantada com duas dicas. Estou morando em Londres e quero fazer um passeio até Inverness. Sabe me dizer o nome da empresa que você fez o passeio de 11horas? Pretendo ficar 3 dias em Inverness e conhecer o máximo . Volto para o Brasil em julho e quero visitar o máximo que eu puder . Grata pelas dicas . Vou divulgar seu blog!
Oi, Lenira
Obrigada! :D
Sim, fiz com a Highland Experience Tours, esse tour aqui: http://www.highlandexperience.com/tours/inverness/NorthScotland.htm
Aproveita!! Essa região é muito bonita. Um dia quero voltar pra conhecer os castelos e outras coisas que não consegui conhecer.
Vou pra Escócia final desse mês e infelizmente não terei tempo de ir em Orkney. Sabes me dizer se nos ônibus que percorrerei pelo pais eu poderei pagar para o motorista na hora OU sou obrigado comprar a passagem antes pela internet?
Oi, Samuray
Você pode comprar na hora sim, e pelo que lembro, eles só aceitam pagamento em dinheiro.
Olá! Esse ano farei minha segunda viagem a Escocia. E, como da primeira vez( ago-set2018), vim fazer minhas pesquisas aqui. Este blog me ajudou imensamente em minha viagem! Adorei! Obrigada. Hoje venho fazer uma pergunta: estou pensando ir de Edimburgo a Wick, de aviao. Como faço para ir de Wick a John O’Groats? Planejo ir em novembro, na esperança de ver a Aurora boreal
Oi, Maria
Obrigada pelas palavras. Fico feliz que o blog tenha ajudado em tua viagem.
Possivelmente deve existir alguns ônibus ou talvez, vc precise pegar um tour com alguma empresa local que tenha roteiro nessa região.