Pertinho de Ouro Preto, mais especificamente a 12 km de distância, fica a cidade histórica de Mariana, a primeira capital de Minas Gerais.
Diz a história que a cidade que produzisse maior quantidade de ouro seria elevada a cidade e também receberia o titulo de capital da então capitania de Minas Gerais. Devido a presença de algumas minas de ouro na região, não foi difícil imaginar que Mariana conseguiria vencer essa disputa. Mas infelizmente esse período durou pouco, pois logo Belo Horizonte se destacou por ser uma cidade muito moderna e desenvolvida para aquela época e assim, Mariana acabou perdendo esse título.
Quem quer fugir um pouco da muvuca de Ouro Preto, Mariana é uma boa opção. Com aproximadamente 60 mil habitantes, a cidade é tão tranquila, que as vezes parece que a gente está caminhando em um vilarejo cenário de um filme.
Todo e qualquer roteiro em Mariana começa na Praça de Minas Gerais, a principal praça da cidade. É ali onde estão as atrações de maior destaque da cidade: a antiga Casa da Câmara e Cadeia, a Igreja São Francisco de Assis, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e o Pelourinho.
Eu comecei a minha visita pela Igreja Nossa Senhora do Carmo (a que fica a direita em todas as fotos), uma igreja de estilo rococó que foi construída no final do século 18. Apesar de ser uma igreja com decoração interna mais simples e menos ostensiva, ela é muito bonita.
Não deixe de ver, logo na entrada, um painel com as fotos que mostram os estragos feitos por um incêndio que aconteceu em 1999. Obviamente a igreja passou por uma reforma, mas muitos detalhes da antiga decoração foram perdidos, como, por exemplo, o teto pintado. Abre de terça a domingo e a entrada custa 2,00 reais.
Saindo dali, perguntei para algumas pessoas que ficam ali na pracinha oferecendo serviço de guia o motivo de a outra igreja, a Igreja São Francisco de Assis, estar fechada. Pelo que me falaram, ela está abandonada e sem nenhuma manutenção. Uma pena, pois o projeto dessa igreja é obra de Aleijadinho e as pinturas decorativas internas eram de Mestre Ataíde. Queria muito ter visto!! Ah, e Mestre Ataíde, que nasceu em Mariana, está enterrado nessa igreja.
E bem em frente a essas duas igrejas fica o Pelourinho, local onde os escravos eram castigados e torturado.
E do outro lado da rua, nessa mesma praça, fica a Casa da Câmara e Cadeia, local onde antigamente ficam alguns órgãos públicos do município e a cadeia. Hoje em dia é onde está a Câmara de Vereadores. Apesar de não ser um lugar turístico, dá pra visitar.
Não deixe de conhecer o plenário da câmara de vereadores, ver o mobiliário de época, as obras de arte nas paredes (tem um quadro da rainha Dona Maria Ana, esposa do rei Dom João V, de onde o nome da cidade foi inspirado), as três celas da cadeia (localizadas no andar inferior. Cada uma das celas era pra prender os brancos, outra os negros e outra para as mulheres) e claro, a vista da Praça de Minas Gerais das janelas da Casa da Câmara. Ah, e logo acima da porta principal, tem um o símbolo da coroa portuguesa feito em pedra-sabão, super bonito!
Seguindo pela rua Dom Silvério em direção a Igreja de São Pedro dos Clérigos, no caminho encontramos diversas casinhas super botinhas, sendo que uma delas se destaca: a casa onde morou o pintor Mestre Ataíde. Fácil de identificar, pois tem uma placa na fachada informando.
Mais uns 10 minutos de caminhada e logo se chega a Igreja de São Pedro dos Clérigos, uma igreja barroca com localização privilégiada na cidade.
Lá do alto da colina da pra ver Mariana por completo, inclusive as torres das Igrejas da Praça de Minas Gerais, entre outras igrejas.
Quem não se contentar com a visão ali da pracinha em frente a essa igreja, também pode subir em uma das suas torres e ver toda a cidade lá do alto. Fica a dica!
Em frente a essa igreja, tem um acesso que liga a parte baixa da cidade, mas sei lá, fiquei meio com medo de não saber onde eu ia e acabei voltando pela mesma rua que eu fui e quando cheguei na Rua Direita, segui caminhando até o final da rua, onde está a Catedral Basílica da Sé, considerada uma das igrejas mais bonitas da cidade. E é verdade!
Apesar de ter uma fachada suuuper simples, logo ao entrar a gente já pode ver os seus altares laterais e o altar principal totalmente decorados, além dos lustres de cristal da Boêmia.
Vale dizer que a entrada dessa Igreja é paga, custa 5,00 reais (valor de agosto de 2015) e dá direito também a visitar o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra (não dá pra fotografar, cada sala tem um funcionário cuidando!). Esse museu possui um dos mais ricos acervos de Arte Sacra do país, com mais de 2 mil peças produzidas durante os séculos 18 e 19, como estatuas, pinturas, vestimentas religiosas, objetos litúrgicos de prata e ouro, entre outros. Sem duvida alguma, os grandes destaques do museu são as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde, claro.
A rua que passa ao lado da Catedral Basílica da Sé, a rua Frei Durão, nos leva até a uma pracinha super bonitinha, a Praça Gomes Freire. Ali tem um pequeno lago, um coreto e diversos bancos onde vi várias pessoas fazendo um lanche no horário do almoço ou simplesmente vendo o movimento. Nos arredores dessa praça ficam algumas lojas de artesanato e restaurantes.
Fiquei ali um tempinho também, aproveitei pra fazer um lanche rápido e depois segui pela rua Frei Durão lado a lado com diversas crianças que estavam indo pra escola.
Se subir por essa rua, logo se chega a Praça de Minas Gerais
Bem do lado dessa escola, fica o portão de entrada que dá acesso ao Seminário Maior São José. Mariana se destaca por ter sido o primeiro centro religioso e também por ser sede do primeiro bispado do estado de Minas Gerais.
No dia que estive lá não dava pra visitar o seminário (nem sei se é possível), mas resolvi ir mesmo assim, pois tinha visto umas fotos na internet e achei o lugar super bonito. Repare nas palmeiras imperiais que enfeitam a praça logo em frente ao seminário, super bonitas! Lugar super fotogênico!
E Mariana basicamente é isso ai! Acho que não levei nem 4 horas pra conhecer a cidade. E olha que eu deeeemoro pra visitar qualquer coisa, gosto de olhar tudo e bater muitas fotos.
Quem quiser, pode aproveitar o dia e visitar também uma Mina de Ouro que fica ali pertinho, tema para o próximo post!
Para ir até Marina é muito simples. Quem for de Belo Horizonte deve pegar um ônibus com a empresa Viação Pássaro Verde e quem optar por ir de Ouro Preto, como eu fiz, a empresa que faz esse trajeto é a Viação Transcotta. O trajeto de 12 km é percorrido em uns 30 minutos. É só pedir pro cobrador avisar quando estiver chegando perto da Praça de Minas Gerais. Eu fiz isso e foi bem tranquilo! Na volta, eu peguei o ônibus no mesmo lugar, só que do outro lado da rua e fui até a Mina de Ouro e depois segui pra Ouro Preto. O preço da passagem entre Ouro Preto e Mariana custa mais ou menos uns 3,35 reais cada trecho (valor de agosto de 2015).
Obs.: Assim como em Ouro Preto, as principais atrações da cidade não abrem as segundas-feiras.
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Não sei que dia da semana que é, mas o concerto com o órgão antigo na Catedral é lindo demais!!!
Oi, guria
Sério? Não sabia que tinha um concerto. Vou tentar procurar no google alguma informação sobre isso.
Obrigada pela dica!
De cada vez que leio mais sobre estas cidades mineiras com tantos vestígios da presença portuguesa no Brasil mais eu fico com vontade de as conhecer. Mariana, Ouro Preto, São Joao del Rey, etc etc. Muito interessantes estes posts. Estão nos meus favoritos para quando for aí conhecer isso.
Oi, Bruno
Essa região do Brasil tem uma história muito interessante mesmo e a ligação com os Portugueses tbm está muito presente. Que legal que vc gostou da série de posts. Eu tbm gostei bastante de conhecer e de escrever sobre esses lugares aqui no blog!
Obrigada pela visita!! =DD
Gostei muito! Em Maio quero passear por todo esse cenário encantador.
Obrigada!
Oi, Elaine
É muito legal mesmo.. Vc vai adorar as cidades historicas de Minas Gerais.
Obrigada pela visita aqui no blog!
Visitei Belo Horizonte achei a cidade muito bonita. Depois fui para Ouro Preto, também lindo e por último Mariana da mesma forma. Foram passeios de grande aprendizado e muito interessante.
Oi, Ivaira
Essa região de MG é muito bonita e interessante mesmo. História muito rica.
Obrigada pela visita aqui no blog!