Manaus é a porta de entrada para a maior floresta tropical do mundo e claro, também vale uma visita! Está localizada muito perto da região onde os rios Negro e Solimões se encontram para, logo adiante, formar um dos maiores rios do mundo, o rio Amazonas.
Mas nesse post em especifico eu vou falar sobre o centro histórico e a região portuária de Manaus situados na margem esquerda do rio Negro.
Legenda – Parte 01: O tour começa no Museu do Índio, segue para o Palácio Rio Negro, Palacete Provincial e por fim, chega ao Teatro Amazonas. Mapa Google Maps – Clique na imagem para ampliar
Manaus recebeu esse nome por causa da tribo manaós, antigos habitantes dessa região. Durante o século 16, a Amazônia foi invadida pelos Europeus e por volta do ano de 1669, Manaus foi fundada. Lá se vão 346 anos de existência!
Legenda – Parte 2: Depois de visitar o Teatro Amazonas, seguimos até a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, Relógio Municipal e apesar de não parecer, o Mercado Municipal e o Porto de Manaus ficam mais perto do que o mapa indica, praticamente um em frente do outro. Mapa Google Maps – Clique na imagem para ampliar
No Centro Histórico de Manaus é onde estão diversos monumentos e construções históricas, como o Teatro Amazonas, a Catedral de Manaus, Palácio Rio Negro, o Palacete Provincial, entre outras atrações.
Nosso roteiro começou no Museu do Indio, considerado um dos maiores lugares do Brasil dedicado a história indígena. O museu é relativamente pequeno e as suas 6 salas podem ser visitadas em questão de mais ou menos 1 hora (ou um pouco menos até).
O museu foi criado para contar um pouco mais sobre a vida e costumes de tribos de índios da região do Alto Rio Negro (Yanomani, Wayana, Dessana, Tukano, entre outras). São 6 salas temáticas, ou seja, cada sala aborda um tema especifico, como organização social, usos e costumes, cerâmicas, objetos indígenas, caça e pesca e cultura espiritual, ritos, musica e dança.
No seu acervo estão mais de 3 mil peças e objetos produzidos por índios habitantes da Amazônia, como por exemplo, penachos, cocares, redes, utensílios de pesca, instrumentos musicais, entre outros.
Apesar de ser um museu pequeno, foi legal ter contato com a cultura indígena, afinal, nessa viagem, essa seria a nossa unica oportunidade.
O Museu do Indio fica na rua Duque de Caxias, 296. Abre de segunda a sexta, das 09:00 as 11:30 e das 13:30 as 16:30 e aos sábados somente pela manhã. Domingo fechado. Valor de 10,00 reais (referente a novembro de 2015).
Pertinho dali ficam duas outras atrações da cidade: o Parque Jefferson Péres e o Palácio Rio Negro. Quem optar por visitar primeiro o parque, como nós fizemos, existe um acesso ao Palácio Rio Negro por dentro do parque.
Esse parque é relativamente recente, foi inaugurado em 2009 e além de ser super bonito e agradável, tem como principal atrativo a maior bandeira do estado do Amazonas (mas quando a gente esteve lá, o mastro tava vaziiiio!!!). É um lugar bem seguro, inclusive vimos diversos funcionários trabalhando por ali, o que dá uma sensação de segurança ainda maior.
Escadas de acesso ao Palácio Rio Negro e as suas estátuas… Achei tudo muito lindo e muito bem preservado!
Como já estávamos ali do ladinho, aproveitamos pra visitar o Palácio Rio Negro, antiga sede do governo estadual e residência oficial do governador, mas que atualmente é um centro cultural, onde é possível visitar as dependências do palácio e ver exposições de artistas locais.
Vale dizer que esse palácio é mais um dos edifícios de Manaus construído durante a gloriosa época do Ciclo da Borracha e ainda hoje em dia está muito bem conservado.
Sabe que arvore (esquerda) é essa? Pau Brasiiilll
A visita pode ser feita de duas formas: por conta própria ou com a presença de um guia. Nós optamos por ter a companhia de um guia, que foi nós mostrando os objetos e contando as curiosidades de cada sala do palácio. A visita foi bem curtinha, algo em torno de uns 30 minutos e valeu muito a pena, pois sem as explicações, não tem como saber maiores detalhes do que vimos durante o tour.
Meu quadro preferido!
Sala do Governador
O Palácio Rio Negro fica na Av. Sete de Setembro, 1546. Abre de terça a sexta, das 10:00 as 16:00. Entrada gratuita (acompanhada ou não do guia).
Seguindo pela Av. Sete de Setembro, nossa próxima parada foi a Praça Heliodoro Balbi, uma praça super bonintinha, com um coreto, uma fonte e uma ponte. Se passar por ali perto do meio dia, a praça vai estar lotada de pessoas fazendo um lanche ou aproveitando o tempo livre pra descansar. Vale a pena dar uma caminhada por ali!
Logo em frente a essa praça fica o Palacete Provincial, antiga seda da polícia do Amazonas, mas que foi transformado em um museu. Ali estão 5 museus:
1) Museu da Imagem e do Som: É o menor de todos os museus. Ali estão em exposição alguns exemplares de máquinas fotográficas, das mais antigonas até as mais atuais. Além disso, tem um painel que explica um pouco sobre como foi descoberto/inventado a arte de fotografar.
2) Museu de Arqueologia: Enquanto podemos ver algumas reproduções de escavações e artefatos achados no Amazonas, também podemos aprender sobre a importância da arqueologia e técnicas e curiosidades sobre esses achados arqueológicos aqui no Brasil.
3) Museu Tiradentes: A visita começa em uma sala onde estão alguns moveis de época da antiga sede da polícia que ficava nesse edifício. Além disso, também tem uma exposição “Flagrantes da História” que mostra a atuação da policia nessa região. Ali também é possível ver uniformes e fardas, armas, armaduras, entre outros objetos pertencentes a policia.
4) Museu de Numismática: pra quem gosta de ver máquinas registradoras, moedas, cédulas, medalhas de condecoração, documentos históricos, esse local é um prato cheio, principalmente a parte onde estão moedas e cédulas de dinheiro do Brasil. Obs.: Não era permitido tirar fotos das moedas, cédulas e condecorações.
5) Pinacoteca do Estado do Amazonas: Ali estão em exposição obras de artistas brasileiros, principalmente artistas do estado do Amazonas, além de algumas obras e esculturas de artistas estrangeiros.
Além desses 5 museus, ainda é possível ver algumas exposições temporárias pelo caminho, como duas que nós vimos por lá e achamos bem interessantes. Uma delas era “Cinema em Papel”, onde estão retratados personagens do cinema em origami e a outra era “Esculturas no Mundo”, com diversas réplicas de obras importantes internacionalmente. Super legal!
Ah, vale dizer que, somente dentro de cada museu em especifico tem ar-condicionado. Nos corredores do palacete é um calorzão infernal! Aproveite a visita em cada museu pra se refrescar um pouquinho! =DD
O Palacete Provincial fica na Praça Heliodoro Balbi. Abre de terça a sexta, das 09:00 as 16:00 (não fecha pro almoço) e aos sábados até as 13:00. Domingo e segunda fechado. Entrada em todos os museus é gratuita. É necessário deixar bolsas e mochilas em um guarda-volumes na recepção.
Nossa próxima parada foi o Largo São Sebastião, local onde fica a principal atração de Manaus: o Teatro Amazonas. Ali também estão a Igreja de São Sebastião, o Monumento Abertura dos Portos e alguns bares, restaurantes e sorveterias.
Não deixe de reparar no chão do Largo São Sebastião, feito de ondas pretas e brancas (tipo o do calçadão de Copacabana no RJ), que dizem representar o encontro das águas do rio Negro e do rio Solimões. Ah, diz a lenda que esse tipo de decoração surgiu primeiro em Manaus e foi o Rio de Janeiro que copiou! Vai saber né!
No centro do Largo São Sebastião um monumento chama atenção, o Monumento Abertura dos Portos as Nações Amigas criado para comemorar a abertura dos portos do rio Amazonas com o comércio exterior durante o século 19.
O cartão postal de Manaus, o Teatro Amazonas, é o maior símbolo dos tempos áureos do Ciclo da Borracha. É possível conhecer o teatro de duas formas: assistindo a uma apresentação ou fazendo um tour guiado. Nós optamos por fazer o tour guiado.
A visita começa com o guia nos deixando livre por uns 10 minutos para fotografar todo o teatro. Depois que todo mundo garantiu suas fotos, é hora das principais explicações..
O Teatro foi inaugurado no ultimo dia do ano de 1896. Praticamente todo o material usado na construção do teatro veio do exterior, inclusive a decoração também foi feita por artistas estrangeiros.
Tem capacidade para 700 pessoas, que podem se acomodar na plateia ou nos três andares de camarotes. Vale dizer que, o camarote no primeiro andar, de frente para o palco, é de uso exclusivo do governador do estado e seus convidados. Se ele não aparecer em uma determinada apresentação, esse espaço fica vazio!
Repare que todas as colunas na plateia tem máscaras decorativas. Cada uma dessas máscaras vindas da Grécia, uma homenagem a civilização que criou o teatro.
Mas o grande destaque mesmo fica por conta da pintura do teto, que lembra a Opera Garnier. Segundo a guia, ao olhar essa pintura, parece que a gente está olhando a Torre Eiffel de baixo pra cima. Bem interessante! Ah… repare no lustre, super bonito, feito de cristais de murano que veio de Veneza.
Depois de todas essas explicações sobre os principais detalhes do salão principal, o tour segue para o primeiro andar. Ali, além de visitar os camarotes e ter uma visão do alto do salão principal, visitamos também uma sala onde estão em exibição alguns figurinos usados em apresentações feitas no teatro.
Ali no corredor também podemos ver um espelho original feito de cristal e as antigas cadeiras de madeira que ficavam na plateia do teatro. Ah, e não deixe de reparar no piso, feito de madeira clara e escura, uma alusão ao Encontro das Águas (eu não tirei nenhuma foto!!!!).
No segundo andar visitamos os camarotes e também o Salão Nobre, antigo local de encontro das pessoas que costumavam frequentar o teatro. Hoje em dia, segundo a guia, essa sala só é usada em ocasiões especiais, mas quem fizer o tour guiado tem a chance de conhecer. A sala é suuuuper bem decorada, totalmente revestida de mármore e tem uma pintura super bonita no teto. O piso é todo de madeira trabalhando na técnica de marchetaria (madeiras encaixadas) e os lustres são feitos de cristal murano. Espetacular!
Mais espetacular ainda é a vista da sacada, que dá de frente pro Largo São Sebastião. Dali também da pra ver por inteiro a Igreja de São Sebastião.
E ainda, visitamos também o terceiro andar dos camarotes. Esse é melhor lugar pra ver todo o teatro do alto e ainda, fotografar a pintura do teto e o grande lustre.
Ali perto desses camarotes fica um dos camarins, retratando exatamente como era antigamente. Parece coisa de filme!
Ao deixar o teatro, não deixe de olhar a sua cúpula, feita por mais de 36 mil peças de cerâmica esmaltada nas cores verde, amarelo e azul, que vieram da França.
O Teatro Amazonas fica no Largo São Sebastião. Abre todos os dias, exceto aos domingos, das 09:00 as 17:00. Valor do tour guiado 20,00 reais (referente a novembro de 2015). O tour dura uns 50 minutos.
No Largo de São Sebastião também existem algumas outras construções históricas e algumas delas são tem uma identificação no chão falando quem morou ali e qual era a sua profissão.
A uns 10 minutos de caminhada do Largo São Sebastião fica a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja Matriz de Manaus. Essa igreja já recebeu membros da família real portuguesa e também a visita do Papa João Paulo II. Infelizmente no dia que fomos lá ela estava fechada pra visita e inclusive, a pracinha em frente, estava toda fechada com painéis de madeira, impedindo o acesso a sua escadaria, onde eu queria ver os painéis de azulejo retratando a Via Sacra. Fica pra próxima!
Quem for em direção ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, caminhando pela Av Eduardo Ribeiro, vai passar pelo Relógio Municipal, um relógio que veio da Suíça para comemorar o centenário da emancipação de Manaus a cidade. Detalhe, ele ainda está em funcionamento!
Não muito longe dali fica o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, uma construção super bonita (pavilhões enormes totalmente construídos com ferro que vieram de Glasgow, na Escócia) que data do final do século 19, mas que recentemente ficou fechado por alguns anos para reformas. Dizem que ele foi inspirado no Mercado Municipal de Les Halles, em Paris e também na Galeria Vittorio Emanuele em Milão (para construir a fachada).
O mercado é relativamente grande, com opções de restaurantes e também de lojinhas que vendem souvenirs, comidas típicas, entre outros.
Os fundos do Mercado Municipal, localizado de frente para o Rio Negro
Praticamente em frente ao Mercado Municipal fica o Porto de Manaus, considerado o maior porto do Amazonas. No calçadão em frente ao Mercado Municipal ficam diversas barraquinhas de agências que vendem passagens de barco (com destino a Novo Airão ou até Belém do Pará, entre outros lugares).
A gente não chegou a ir no terminal, apenas pedi permissão pro guardinha pra entrar e bater umas fotos.
E pra terminar, pegamos um táxi para ir até a Arena Amazônia, já que o Raul fazia muita questão de ver o estádio, nem que fosse só pelo lado de fora. Atualmente a Arena está fechada e não há noticias de quando haverão tours pelo estádio. De qualquer forma, como o estádio não era muito longe do nosso hotel, até que não foi nenhum sacrifício ir até lá e ver de perto esse elefante branco.. opssss!! esse belo estádio literalmente construído só para a Copa do Mundo!
Obs.: Esse roteiro relatado aqui segue uma ordem, mas foi realizado em dois dias (parte 1 e parte 2).
Uma das maiores duvidas que eu tive quando estava montando o roteiro de Manaus foi sobre quantos dias ficar na cidade. Agora que voltei de viagem, eu aconselho pelo menos 3 dias. Três dias é um tempo relativamente bom pra poder conhecer todas essas atrações relatadas aqui nesse post e ainda, visitar o Bosque da Ciência, a Reserva Adolpho Ducke e o Zoológico do CIGs.
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Nossa, temos que conhecer Manaus! A verdade é que não pensei que fosse um lugar tão cheio de atrativos assim :)
Oi, guria
Vocês tem que conhecer sim! Tem muito passeio legal pra fazer por lá, a gente acabou indo somente nos principais. E se prepare, pois o calor é *literalmente* infernal.. hahaha =DD
MELHOR IMPOSSÍVEL. ADOREI, ASSIM COMO TODA MINHA FAMÍLIA.
Oi, João
Impossível não gostar de Manaus, né? Eu adorei!