A vontade de conhecer o país considerado berço da civilização ocidental, local onde muitas coisas foram criadas, era uma das prioridades na minha listinha de países a serem visitados na Europa. Como todo mundo sabe, foi na Grécia onde surgiu a Filosofia, Literatura, Mitologia, Ciência, Política, Democracia, os Jogos Olímpicos, entre outras coisas… E é claro que eu não iria perder a oportunidade de colocar meus pés por lá.
A minha ida a Grécia se resumiu somente a conhecer Atenas ou Αθήνα, afinal, com apenas 3 dias disponíveis, eu não conseguiria fazer nada muito além disso. E olha, 3 dias foram na medida!
Monte Lycabettus (esquerda) e Acrópole (direita)
A capital da Grécia está localizada na porção de terra do continente, no estado de Ática, na península do Peloponeso. Apesar de ser uma cidade com mais de 3 mil anos de existência, o antigo e o moderno se encontram lado a lado, combinando perfeitamente, dando todo um charme especial a cidade.
Quem acompanha o blog já sabe, sempre começo qualquer roteiro pelo lugar mais difícil/longe de chegar e deixo pro final tudo o que está mais perto e fácil de se acessado. Acho essa tática ótima e sempre funcionou muito bem em todas as minhas viagens (e claro, em Atenas isso não foi diferente!).
Dia 01:
Aproveitando que o dia amanheceu super bonito, resolvi ir direto até o Monte Lycabettus, o ponto mais alto da cidade com 277 metros de altura.
Monte Lycabettus visto da Acrópole
Existem duas formas de ir até o topo: de a pé ou de funicular. Eu optei por ir a pé, a trilha é um mix de pedaços de chão batido e algumas partes com escadas. Não sei se eu escolheria essa opção se a minha viagem acontecesse no verão, mas indo em novembro, o passeio foi super agradável. Eu levei mais ou menos uns 40 minutos pra subir e pra descer foi um pouco mais rápido, pq não fiquei parando mil vezes pra bater fotos.
Acrópole acompanha quase todo o trajeto
Lá do alto, além da vista espetacular 360 graus de Atenas (incluindo a Acrópole, o Parlamento, o Estádio Panatenaico, entre outros), ainda é possível visitar uma capela, a Capela de São Jorge e um teatro a céu aberto. A melhor forma de ir até lá é de metro, descer na estação de Evangelismos.
Acrópole
Uma parte do Estádio Paratenaicos
O Estádio Paratenaicos (esquerda), Jardim Nacional de Atenas (centro) e Parlamento Grego (direita)
A tarde, antes de ir até o Complexo Olímpico, fiz uma parada no mini-museu da estação de Monastiraki (no dia que cheguei já tinha visitado outros dois mini-museus nas estações de Syntagma e Acrópole), mas vou escrever um post especifico para esses mini-museus.
O fato de eu ter ido até a estação de Monastiraki é que foi de lá onde peguei o metro até o Complexo Olímpico, construído especialmente para as Olimpíadas que aconteceram em Atenas em 2004.
Como todo mundo sabe, os Jogos Olímpicos foi inventado na Grécia e desde então, o país já recebeu duas Olimpíadas, a de 1896 considerada a primeira Olimpíadas da era moderna e a ultima edição, em 2004.
Fazem parte do Complexo Olímpico o Estádio Olímpico, o Estádio de Basquete, Velódromo, Arena de Natação e as Quadras de Tênis. Eu resolvi incluir essa atração no roteiro mais pelo fato de o país ter sido onde tudo relacionado aos Jogos Olímpicos iniciou, mas chegando lá, tive uma baita decepção.
Os investimentos para revitalizar o espaço e construir os estruturas que estavam faltando estão em péssimas condições. Tudo literalmente abandonado. Muitas coisas pichadas. Confesso que até teve momentos que fiquei meio assim de continuar caminhando por ali, mas já que tinha me deslocado até lá, resolvi encarar o desafio.
Os traços de muitas construções que vemos por lá são do famoso arquiteto espanhol, Santiago Calatrava (o mesmo da Puente de la Mujer, em Buenos Aires, por exemplo).
Mesmo tendo sido o local onde aconteceu a abertura e o encerramento dos Jogos Olímpicos, além de quase todas as disputas de muitas modalidades esportivas, a gente sai de lá maravilhado e revoltado ao mesmo tempo. Ver de perto uma estrutura tão grande como aquela (e tão importante) totalmente abandonada, transformada em um gigantesco elefante branco que custou milhões (ou até bilhões) de euros, é realmente inacreditável. Mas enfim… Para ir até lá, a melhor opção é o metro, descer na estação de Irini.
Pra terminar esse dia, voltei ali pra região onde estava hospedada e como ainda tava relativamente cedo (e na sexta-feira esse museu fecha só as 22:00), resolvi visitar o novo Museu da Acrópole, inaugurado em 2009. Esse museu além de ter sido construído sobre algumas ruínas que podem ser vistas através do piso de vidro, ele reúne achados arqueológicos da Grécia Antiga, principalmente o que foi encontrado na Acrópole.
Museu da Acrópole visto do alto da Acrópole
O museu tem 3 andares, mas é bem tranquilo de conhecer (não é um Louvre ou um Hermitage da vida). Apesar de ter um vídeo explicando a história da Acrópole, de ter peças importantes no acervo (como por exemplo, a cabeça de Alexandre Magno e as Cariátides), o que mais chama atenção é a vista legal da Acrópole (as minhas fotos ficaram uma droga, pq estava chovendo!) e o fato de que algumas peças importantes se encontram no British Museum, em Londres, motivo de disputa constante entre os dois países até hoje, onde os gregos dizem que as peças foram roubadas pelos britânicos e os britânicos dizem que compraram essas peças. Disputas a parte, esse museu foi uma boa opção para ter um gostinho do que viria no próximo dia de passeio por Atenas! Estação de metro mais próxima é a Akropoli.
Dia 02:
Certeza absoluta que a Acrópole era a atração que eu mais queria conhecer em Atenas. Confesso que não foi fácil esperar até o segundo dia da viagem pra ir até lá, mas pra conseguir deixar meu roteiro redondinho, essa era a unica opção.
A Cidade Alta de Atenas, mais conhecida como Acrópole, foi construída no ano de 450 a.C com objetivos defensivos, mas um tempo depois, passou a ter caráter administrativo e religioso. Muitos consideram a Acrópole como o simbolo da civilização moderna.
Apesar de boa parte da Acrópole de Atenas estar em ruínas, é possível visitar muitas estruturas que ainda estão em pé, como:
– o Propileu: o portão de entrada da Acrópole;
– o Partenon: um dos maiores símbolos de Atenas e da Grécia, esse templo foi construído em homenagem a Athena, a deusa protetora da cidade. Como esse local está em constante manutenção, muitas das suas estatuas e enfeites foram retirados e alguns foram parar no Museu da Acrópole, mas muitas outras parte estão no Museu Britânico, em Londres e no Museu do Louvre, em Paris;
– o Erecteion: esse templo foi construído em homenagem a Deusa Athena e ao Deus Poseidon. Esse templo é bem fácil de ser identificado, pois é onde encontram-se as estátuas Cariátides, as famosas colunas em forma de mulheres. Diz que essas estátuas ganharam esse nome por causa da cidade antiga de Caria, que traiu o Império Grego em favor dos Persas. Quando os gregos recuperaram a cidade, a maioria da população masculina morreu e as mulheres foram escravizadas e obrigadas a carregar materiais pesados. A coluna em forma de mulher segurando o templo, é uma alusão a essa época. Interessante, né?
– o Athena Nike: é um templo em homenagem a deusa da vitória, a Deusa Nike. É um dos templos mais simples da Cidade Alta.
Mesmo não estando na Cidade Alta, ainda fazem parte do complexo dois teatros em semicírculo: o Teatro de Dionísio (considerado um dos mais importantes teatros da Grécia Antiga, foi palco das mais importantes peças teatrais da antiguidade) e o Teatro de Herodes Ático (teatro usado principalmente para apresentações musicais na antiguidade e ainda é usado atualmente para alguns concertos).
Teatro de Dionísio
Teatro de Herodes Ático
Apesar de parecer ser um lugar enorme, a visita não é demorada. O ideal é ir logo cedo, horário que tem menos pessoas. Eu levei aproximadamente umas 2 horas 30 minutos pra conhecer tudo. E claro, boa parte desse tempo eu fiquei fotografando a vista sensacional de Atenas lá do alto da Acrópole!
Monte Lycabettus
Templo de Zeus Olimpico e Estádio Paratenaícos
Monumento de Filopapo, na Colina de Mouseion
Ágora Antiga
Praticamente colado a Acrópole fica a Ágora Antiga, uma grande área, praticamente uma cidade, onde a vida comercial, social e politica de Atenas acontecia antigamente.
Hoje em dia é possível visitar essa área e ver algumas construções em ruínas (como por exemplo o Teatro Oden de Agripa, a Torre dos Ventos, entre outras construções), igrejas, a Estoa de Átala (uma espécie de museu que exibe os achados encontrados nessa Ágora) e o Templo de Hefesto.
O templo de Hefesto é a principal atração desse complexo e o templo mais bem preservado de toda a Grécia. Foi construído no ano de 449 a.C como homenagem a Hefesto, filho dos deuses Hera e Zeus. Apesar de muitos e muitos anos já terem se passado desde sua construção, suas colunas e teto estão praticamente intactas, ao contrario do que vemos nos templos da Acrópole, por exemplo.
E ainda, ali do ladinho da Acrópole também, está localizado o Aerópagos, uma espécie de colina que rende ótimas vistas da Acrópole e da Ágora Antiga.
Depois do almoço, aproveitei pra voltar a região mais central de Atenas, na região onde está localizada a rua Leoforos Ermou, uma espécie de Champs Elysées de Atenas. Essa rua basicamente vai da Praça Syntagma (onde está localizado o Parlamento Grego) até a Praça de Monastiraki e região de Kerameikos (um dos cemitérios mais antigos da cidade). Essa rua tem aproximadamente 1 km de comprimento e onde estão muitas lojas de marcas nacionais ou internacionais (como Mac, Sephora, Esprit, Zara, entre outras) e centros comerciais.
A Praça Syntagma e arredores eu deixei pra conhecer no ultimo dia, já que teria que pegar ali o metro para o aeroporto, então apenas caminhei pela rua Ermou e segui até a região onde está localizada a Ágora Romana, uma área comercial e local de encontros da população. Ali perto também fica Kerameikos ou Cemitério Cerâmico, onde dá pra conhecer um dos cemitérios mais antigos da cidade, um museu que mostra achados arqueológicos encontrados nessa região e a igrejinha de Kapnikarea, pertencente da Igreja Ortodoxa Grega, totalmente feita de mosaicos. Super bonita, vale a pena visitar!
E aproveitando que estava por ali, fui conhecer (o que restou) (d)a Biblioteca de Adriano, uma biblioteca construída em 132 a.C por ordem do Imperador romano Adriano. Ele queria construir esse complexo para guardar sua coleção de livros e também para ser um centro de leitura. Apesar de boa parte estar em ruínas, ainda tinha no complexo um teatro e um jardim.
Mesquita ao lado da Biblioteca
E já que estava por ali, também aproveitei pra dar uma voltinha por outras ruas de comércio da região, antes de ir ao bairro de Plaka. Plaka é um dos bairros mais bonitinhos do centro de Atenas, parece até cenário de filme.
Ali estão diversas lojinhas, lojas de souvenirs, restaurantes e tavernas. É um ótimo local pra terminar um dia em grande estilo. Duas vezes estive nessa região para jantar, uma delas fui ao restaurante Diogenes (comida típica grega) e outro ao restaurante Eat at Milton’s.
Eu não vou escrever nenhum post especifico sobre esses dois restaurantes, mas ambos eu gostei bastante. No Diógenes, eu aproveitei pra pedir todas as comidas tipicas gregas, como salada grega acompanhada de Ouzo, uma bebida tipica do país, feita de anis (misturado com água). De prato principal eu pedi Souvlaki, espetinho de carne com vegetais e pra fechar a noite, iogurte grego com mel (sensacional!! o iogurte e o mel grego são diferentes do que a gente está acostumado a comer aqui no Brasil). Gostei de todos esses pratos típicos, exceto o Ouzo, pq não gosto muito de anis… Mas já estava na Grécia, pq não aproveitar e provar, né?!?!
Dia 03:
Meu ultimo dia em Atenas começou cedo, no outro lado da rua do hotel onde eu estava hospedada, no local onde fica o Arco de Adriano, local considerado a porta de entrada para Atenas na antiguidade, separando a cidade antiga (parte construída a mando de Teseu, um dos primeiros reis da antiga Atenas) da cidade nova (parte construída a mando do Imperador Adriano).
E ali do ladinho, fica o Templo de Zeus Olímpico, também chamado de Olympeion. Esse templo é considerado um dos maiores de toda a Grécia, mas hoje restam poucas colunas ainda em pé do que um dia foi um templo dedicado a Zeus, o rei dos Deuses do Olimpo.
E a uma curta caminhada, cheguei no Estádio Paratenaico, palco principal dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna em Atenas, que aconteceu em 1896. Nos últimos Jogos Olímpicos realizados na cidade, em 2004, também foi palco de algumas competições.
Na hora que eu cheguei lá, começou a cair uma garoa chatinha, que acabou dificultando um pouco a minha visita, ja que o estádio é todo construído de mármore e algumas partes ficaram muuuuito lisas por causa da chuva. E somando a isso, ainda estava acontecendo uma maratona na cidade e justamente ali, era o local de chegada e entrega das medalhas, tornando minha visita um pouco limitada. A unica coisa boa é que não precisei comprar ticket para visitar, por causa dessa maratona, a visita foi gratuita.
Vale dizer que, um dos grandes destaques dessa visita é subir na ultima fileira das arquibancadas e fotografar (mais uma vez! haha) o Monte Lycabettus e a Acrópole lá do alto.
Do outro lado da rua, fica o Jardim Nacional de Atenas, um dos maiores parques públicos da cidade. Esse parque separa o Templo de Zeus Olímpico e o Estádio Paratenaico do Parlamento Grego, que fica no lado oposto. O local é super bonito e bem cuidado, tornando uma ótima opção para se deslocar até o Parlamento.
Pelo caminho vi o antigo parlamento grego, algumas estatuas de governantes gregos, além de estátuas de poetas e pensadores gregos importantes e até as ruínas de um dos banhos romanos na cidade. E claro, impossível não notar os pés de laranja (eu acho que eram laranjas) que estavam por todas as partes!
E por fim, cheguei a minha ultima parada em Atenas antes de pegar o metro para o aeroporto: a Praça Syntagma, a principal praça da cidade e local onde está o Parlamento Grego, o Túmulo do Soldado Desconhecido e é onde acontece a famosa troca da Guarda.
A troca da guarda é feita de hora em hora, pela Guarda Presidencial, onde os Evzones, vestindo suas roupas tradicionais e seus sapatos com um pompom engraçado, fazem a alegria dos turistas.
Posts relacionados:
Siga o Blog Contando as Horas nas redes sociais:
no Instagram: @brunabartolamei
e curta nossa fanpage no Facebook: facebook.com/ContandoAsHoras
Últimos posts por Bruna Bartolamei (exibir todos)
- Brasileiros x Viagens a Portugal - 27/07/2021
- Como foi a minha Vacinação contra Covid-19 em Portugal - 14/07/2021
- Retrospectiva: As minhas viagens em 2020 - 31/12/2020
Oi Bruna! Agora com Grecia na cabeça ! Qual a melhor zona para ficar em Atenas? Você suger-me qual hotel? Obrigadíssima
Oi, Vera
Esses tempos escrevi um post com dicas de onde é melhor se hospedar e sugestões de hospedagens. Vc pode ver o post aqui:
http://contandoashoras.com/2016/08/09/atenas-onde-e-melhor-se-hospedar/
Na minha opinião, essas são as melhores opções. :D
Ok Bruna!Verei em seguida e obrigada pela preteza da atenção
Bruna, parabens pela Agência ! Você vai longe! Isto eu tambem gostaria de ter feito na minha vida!
Oi, Vera
Muito obrigada! :D
As vezes me arrependo de não ter começado antes. Cada fase da vida tem seu tempo.