25.12
2016

Bélgica: Roteiro de carro pelas principais cervejarias na região da Valônia

Pra quem gosta de cerveja, a Bélgica é um verdadeiro paraíso. O país é muito famoso pela sua cerveja, seja ela produzida em escala artesanal ou em escala industrial. Quem ai nunca provou ou quis provar uma Chimay, Leffe, Val Dieu, Westveleteren ou até mesmo uma Jupiler ou Stela Artrois?

Em setembro desse ano, pela primeira vez na vida, alugamos um carro na Europa. O destino exigia isso, afinal, seria muito complicado fazer tudo que fizemos de transporte publico.

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Mesmo tendo encontrado diversos relatos de pessoas que fizeram algo parecido com o que fizemos, tivemos bastante dificuldade em encontrar várias informações de ordem mais prática, portanto, quem estiver se programando pra fazer algo parecido, essa serie vai ter 3 posts.

Post 2: Alugando carro pela primeira vez na Europa: Tudo o que você precisa saber para dirigir na Bélgica

Post 3: Europa: Dicas de como abastecer o carro sozinho

As cervejas belgas tem fama de serem consideradas uma das melhores do mundo. No total, existem atualmente algo em torno de 180 cervejarias no país, produzindo inúmeros tipos de cerveja. Entre os mais comuns estão as Abbey Beers (trapistas ou não), Gueuze, Lambic, Dubbel, Tripel, Quadruppel, Wheat Beer, Red Beer, Strong Blond, Saison, Pilsener, Brown Beer, Fruits Beer, Champagne Beer, entre outros tipos.

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Ao contrario das cervejas da Alemanha que seguem a risca a lei da pureza alemã, a Reinheitsgebot, as cervejas belgas ganham vantagem em poder combinar, misturar e inovar com os mais diferentes ingredientes possíveis, como especiarias, frutas e mais algumas coisinhas. Sem falar que as cervejas belgas podem ter várias técnicas de preparo, varios tipos de fermentações, quantidade de malte variadas, teor alcoolico entre 4% a 14%, entre outras coisas. E por fim, uma das tradições mais legais das cervejarias belgas, na minha opinião, é que eles desenvolveram copos específicos pra tomar cada uma das suas cervejas. E é justamente ai que está o grande diferencial da cerveja belga, que tem atraído cada vez mais adeptos!

Nessa viagem a gente deu prioridade em conhecer as cervejarias de abadia, algumas trapistas, outras não. Antes de detalhar nosso roteiro, aqui vão algumas explicações importantes:

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As Abbey Beers ou Cervejas de Abadia apesar de serem beeem parecidas com as cervejas trapistas e de levaram no nome cerveja de mosteiro, elas não são mais fabricadas em mosteiros atualmente. Na verdade, por lei, não existe a necessidade de ter uma abadia ou um mosteiro junto a fabrica para ser uma Cerveja de Abadia. Essas cervejas são produzidas apenas com fins lucrativos. Atualmente existem em torn de 20 cervejarias desse tipo na Bélgica, entre os exemplos mais famosos estão a Leffe, Kwak, Duvel, entre outras.

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Já as Trappist Beers ou Cervejarias Trapistas são cervejas produzidas em mosteiro trapistas. As cervejarias devem ficar dentro de um mosteiro e serem produzidas pelos próprios monges. Essa produção não deve ter fins lucrativos com a produção, toda a renda arrecadada deve ser usada em investimentos no próprio mosteiro e em obras de caridade. Entre as cervejarias desse tipo estão a Orval, Rochefort, Chimay, Saint-Sixte (que produz a Westvleteren, considerada por anos a melhor (e mais cara hahah) cerveja do mundo. Eu provei. Em breve conto os detalhes de onde eu consegui encontrar essa cerveja na Bélgica!), Achel e Westmalle.

Aos olhos de um leigo (eu!) isso tudo pode parecer a mesma coisa, mas não é. Muitas pessoas acham que trapista é um tipo de cerveja, mas não é. Ser ou não ser trapista apenas indica onde a cerveja foi produzida. Atualmente existem quase 200 mosteiros que produzem cerveja no mundo todo, mas apenas 10 são trapistas, sendo que 6 deles estão localizados na Bélgica. Se quiser saber mais sobre as cervejarias trapistas, clique aqui.

Nessa nossa viagem a região da Valônia, no sul da Bélgica, na parte francesa do país, nos visitamos 3 cervejarias trapistas, a Rochefort, Orval e Chimay, além disso, ainda visitamos a cervejaria de Abadia, Leffe.

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Nosso roteiro basicamente ficou assim:

Dia 01

– Alugamos o carro no aeroporto de Bruxelas as 08:00 da manhã.

* De Bruxelas s Dinant são 105 km.

– Seguimos para Dinant, onde visitamos a cervejaria Leffe. Para ver o post sobre a visita a Dinant e a Cervejaria Leffe, clique aqui.

* De Dinant a Rochefor são 33 km.

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– Na sequencia nosso roteiro nos levou a cervejaria trapista Rochefort. Para ver o post sobre a visita a Rochefort, clique aqui.

* De Rochefort a Orval são 73 km.

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Rochefort

– E por fim, nosso dia terminou na cervejaria trapista Orval. Para ver esse post, clique aqui.

* De Orval a Buillon são 25 km.

No total foram percorridos 236 km.

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Orval

Hospedagem 01: Nossos planos era dormir em Florenville ou nos arredores da cervejaria Orval, mas olhando as possibilidades de hospedagens, não encontramos muitas opções e o que encontramos não agradou tanto. Por esse motivo, optamos por seguir um pouquinho mais adiante e dormimos em Bouillon, uma cidadezinha belga que foi uma grande surpresa nessa viagem. Para ver o post sobre o hotel em Buillon, clique aqui.

Na prática: Apesar de ter a impressão de que o primeiro dia foi muito atarefado, na prática não foi bem assim. Foi tudo muito tranquilo. A retirada do carro no aeroporto atrasou 1 hora e mesmo com esse contratempo, deu pra fazer tudo sem a menor pressa. Nossos planos era de visitar Dinant pela manhã, almoçar em Rochefort e a tarde ir pra Orval. A unica coisa que não deu certo foi almoçar na Rochefort, pq estranhamente o restaurante que fica junto a Cervejaria e a Abadia estava fechado. De resto, a nossa programação deu super certo.

Dia 02

– Conhecemos Bouillon pela manhã. Para ver o post sobre o passeio por Buillon, clique aqui.

* De Bouillon a Chimay são 85 km.

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Bouillon

– Um pouco antes do meio dia, seguimos viagem até Chimay, onde almoçamos e a tarde conhecemos a cervejaria e todo o seu complexo. Para ver o post sobre a visita a Chimay, clique aqui.

No total foram percorrido 85 km.

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Hospedagem 02: A unica exigencia que fiz durante esse roteiro pelas cervejarias no sul da Bélgica era de dormir em uma cervejaria, e que de preferencia fosse na Chimay. Foi difícil conseguir hospedagem, mesmo organizando a viagem com 5 meses de antecedência, mas no final das contas, dei um jeitinho e tudo deu certo. Bom, dormimos no hotel da cervejaria trapista Chimay. Para ver o post sobre a hospedagem nesse hotel, clique aqui.

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Na prática: Já o segundo dia foi beeeem mais tranquilo. Visitamos sem a menor pressa a cidade de Bouillon pela manhã. Quando chegou perto das 11:30 pegamos o carro e seguimos em direção a Chimay. Chegamos a tempo de almoçar no restaurante da cervejaria. A tarde ficamos ali mesmo, conhecemos a Abadia, o Museu, a lojinha, o bar e o restaurante. Também dormirmos em um hotel que fica dentro da cervejaria. Foi bem legal ter dormido lá, pq assim, todo mundo (inclusive o motorista da rodada) pode aproveitar pra beber, coisa que não foi possivel no dia anterior.

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Dia 03

– Conhecemos algumas cidadezinhas belgas da região da Valônia pela manhã.

* De Chimay a Waterloo são 90 km.

– A tarde fomos a cidade de Waterloo. Para ver esse post, clique aqui.

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* De Waterloo a Bruxelas são 20 km.

– Final da tarde devolvemos o carro no Aeroporto de Bruxelas e lá mesmo, pegamos o trem para a região de Flandres, no norte do país.

No total foram percorridos 110 km.

Na prática: Como dormimos no hotel da Chimay, acordamos sem o despertador tocar. Tomamos o café da manhã e nos arrumamos pra partir. Seguimos por estradinhas secundárias no interior da Bélgica, que nos renderam boas surpresas. Almoçamos um lanche no carro mesmo enquanto estávamos indo em direção a cidade de Waterloo. A tarde visitamos todo o complexo relacionado a famosa Batalha de Waterloo. Abastecemos o carro. As 17:30 estávamos no aeroporto pra devolver o carro que alugamos. O prazo de devolução era 18:00.

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Lúpulo

Considerações finais

Eu gostei bastante desse roteiro, apesar de ele ter sido adaptado. Achei que foi na medida pra tudo o que a gente tinha vontade de conhecer. Originalmente o roteiro era pra ficar um dia inteiro em Dinant, conhecer a cidade com calma, visitar a Leffe e dormir lá mesmo ou até mesmo na cidade vizinha de Namur. De lá, no outro dia seguiríamos viagem para Rochefort de manha e a tarde visitaríamos a Orval. Final do dia dormiríamos em Bouillon. Mas não foi possivel, pq mesmo eu entrando em contato com o hotel da Chimay com 5 meses de antecedência, o hotel estava lotado pro dia que eu queria, portanto, tive que antecipar em um dia nossa hospedagem lá. Somente por esse motivo eu tive que alterar um pouco o roteiro. O restante teria sido daquele jeito mesmo.

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Os dias que passamos na parte norte do país, na região de Flandres também eram pra terem sido um pouco diferente, mas devido aos dias e horários de visitas, precisamos abortar a visita a Leuven, a capital da cerveja Belga e consequentemente a visita as cervejarias Stela Artrois e Hoegaarden. Mas não tem problema, apesar de ter ficado um pouco triste com isso, eu não me desanimei, apenas adiei essa visita. Minha próxima meta é visitar as cervejarias da região de Flandres. Não sei quando esse roteiro vai sair do papel, mas espero que seja muito em breve!

Se você até hoje nunca pensou em fazer um roteiro cervejeiro pela Europa, considere essa opção. É muito legal! Vale a pena! Se puder, comece pela Bélgica! E se mesmo assim achar que o roteiro etílico não está completo, dá pra fazer nessa mesma viagem uma visita as Maisons de Champagne, na região de Champagne, na França. E ainda, se quiser, dá pra entrar na Alemanha, mais ou menos na altura onde está a cidade de Colônia, onde existem muitas cervejarias na cidade.

Para ver os posts sobre o Vale do Champagne, clique aqui.

Para ver os posts sobre Colônia e as cervejarias que visitamos, clique aqui.

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Dicas extras

– As cervejas belgas não são caras. Obviamente que elas custam muito mais barato no mercado do que em pubs, restaurantes e lojas especializadas.

– A Bélgica esta tentando incluir a cultura da cerveja belga na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. Tomara que de tudo certo, afinal, a Bélgica é muito famosa pela produção de cerveja e de tudo que envolve a cultura cervejeira.

– Se você quiser conhecer outras cervejarias belgas, existe um site chamado The Belgian Beer Routes que separa as cervejarias por região.

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Se você gostou das dicas, ao reservar hospedagem, seguro viagem e aluguel de carro aqui pelo blog, nós ganhamos uma pequena comissão, mas você não paga nada a mais por isso. Obrigada! :D

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6 comentários em "Bélgica: Roteiro de carro pelas principais cervejarias na região da Valônia"
  1. Natalie   02/01/17 • 12h16

    Oi, Bruna. Tudo bem? :)

    Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
    Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

    Até mais,
    Bóia – Natalie

    • Contando as Horas   02/01/17 • 22h14

      Oi, Natalie

      Obrigada pelo destaque! :D

      Um ótimo 2017 pra você e toda a equipe do VnV.

  2. Paulo Pereira   23/03/17 • 08h32

    Olá Bruna, bom dia! Estou apreciando as suas dicas sobre as visitações às Cervejarias Belgas, e, tenho uma duvida: Nessa sua viagem de carro, possivelmente voce tenha degustado algumas cervejas, sendo assim, pergunto: não há nenhum tipo de fiscalização no transito por lá? Faço essa pergunta, pois pretendo futuramente realizar esse passeio, com isso, caso alugue um veiculo conforme a sua dica, tenho medo de não poder degustar as cervejas.

    • Contando as Horas   23/03/17 • 14h03

      Oi, Paulo

      Nos estávamos em 2 pessoas. Quem estava dirigindo não bebia. Apenas no dia que ficamos hospedados em Chimay que deu pra todo mundo beber. Não passamos por nenhum tipo de “fiscalização etílica” em estradas na Bélgica, mas mesmo assim, preferimos não arriscar.

  3. Iara Mantovani   19/11/18 • 14h58

    Oi Bruna, conta pra gente como você conseguiu provar a Westvleteren da cervejaria Saint-Sixte. Em breve irei pra a Bélgica e gostaria muito de prova-la. Obrigada!

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