Gent é uma cidade universitária localizada na região de Flandres, no norte da Bélgica, exatamente no meio do caminho entre Bruxelas e Bruges. E por esse motivo, a maioria das pessoas apenas fazem um bate volta até lá, afinal, é totalmente viável fazer isso. Gent fica a 50 km de Bruxelas e a 39 km de Bruges.
Mas o que muitas pessoas não sabem é que, Gent recebe um numero enorme de excursões durante algumas horas do dia e no restante do dia e a noite, a cidade fica praticamente deserta. Com isso, vem a boa notícia, os preços das hospedagens são muito mais baratas que em Bruxelas e Bruges.
Apesar de ser uma cidade relativamente grandinha (para os padrões belga), a parte mais turística da cidade é super compacta. A maior parte das atrações ficam nos arredores do encontro dos rios Leye e Scheld, com várias pontes, facilitando a exploração da cidade a pé.
Começamos o nosso roteiro pela atração que estava mais perto do nosso hotel (clique aqui para ver o post -> Dica de Hotel em Gent: B&B Snooz Inn), o Portus Ganda, um lugar as margens do rio Leye cheio de casinhas coloridas.
Caminhamos cerca de uns 10 minutos até chegar na Vrijdagmarkt, uma praça com casinhas tipicas holandesas, transformadas em restaurantes, pubs, mercados e lojas. A praça tem esse nome pq desde o século 12, todas as semanas é montado um mercadinho ali, onde são vendidos praticamente tudo, desde comida, artesanatos e até antiguidades. Infelizmente nos dias que estivemos lá o mercadinho não estava montado, mas aproveite pra fotografar a praça e conhecer a estatua de Jacob van Artevelde, localizada no centro da praça, um líder politico muito importante para a cidade.
Nossa próxima parada foi a Praça de São Bavão (Sint Baafsplein), local onde surgiu a cidade de Gent. É nesse local onde fica a Catedral de São Bavão (Sint-Baafskathedraal), considerada a principal igreja da cidade. Essa igreja foi construída durante o século 15 para prestar uma homenagem ao Santo Bavão, padroeiro da cidade. Se você for visitar a cidade nos próximos meses, vai ver que a torre principal está sendo reformada, pelo que fiquei sabendo, essa obra deve ser concluída no final agora de 2017.
A atração mais importante dessa igreja é a obra chamada de Retábulo de Gent ou A Adoração do Cordeiro Sagrado, obra de Hubert van Eyck e Jan van Eyck (tem uma escultura com eles nos fundos da igreja, os irmãos van Eyck estão sentados no centro). Essa obra é formada por 12 pequenos painéis, pintados frente e verso, sendo que oito deles são como janelas que podem fechar. Não deixe de reparar que o painel do canto esquerdo foi roubado e é o único que é uma reprodução. Os outros painéis são todos originais. Caso você perceba que um dos painéis está em preto e branco, isso significa que eles está passando por restauro e pra não deixar o espaço vazio, essa foi a solução encontrada. Os restauros dos painéis vão durar 7 anos, com data marcada para terminar os trabalho somente em 2019.
O retábulo está localizado logo na entrada, no lado esquerdo, em uma salinha com condições de temperatura e iluminação especiais. É necessário comprar ingresso para ter acesso a essa obra (em setembro de 2016, o valor do ingresso era de 4,00 euros). E já adianto, vale cada centavo. Tem áudio guia também, se quiser ouvir alguma explicação. Vale a pena também dar uma voltinha pela igreja, ali estão obras de artistas como Crayer, Rubens, entre outros. Não deixe de reparar nos vitrais, um mais bonito que o outro. A entrada na igreja é gratuita.
Do outro lado da praça fica o Campanário de Gent (Belfort van Gent), construída durante o século 14. Em 1999 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, compondo o Conjunto de Campanários da Bélgica e França.
Se antigamente a torre servia de local para vigiar a cidade, atualmente, no alto dos seus 91 metros de altura, oferece uma das melhore oportunidades de ver a cidade de Gent do alto. Imperdível! Durante o processo de subida até o alto da torre, a gente vai passando por um pequeno museu dividido em varias partes, cada etapa conta sobre a história da cidade, sobre o campanário, sobre o relógio, entre outros assuntos relacionados.
A subida é feita por escadas (logo no inicio e no final), mas o restante da subida é de elevador. Em setembro de 2016, o valor do ingresso era de 8,00 euros.
Repare que nessa praça ainda tem duas outras construções que acabam chamando muito atenção: a Stadhuis, a prefeitura de Gent, com um mix de estilo e a Poeljemarkt, um pavilhão com estrutura super moderna, onde acontecem apresentações culturais.
Poucos passos adiante está a Igreja de St Nicholas (Sint Niklaaskerk), a igreja mais antiga entre as principais igrejas da cidade, pois foi construída durante o século 13. Entre os principais destaques estão a obra o Cristo na Cruz de van Dyck e o orgão da igreja, que veio da França. Entrada gratuita.
Ao chegar na Ponte de São Miguel (Sint-Michielsbrug), antes de se impressionar com a próxima atração, vire para tras. É dali onde se tem a melhor vista das 3 Torres símbolos da cidade, a torre da Catedral de São Bavão, do Campanário e da Igreja de St Nicholas.
Do alto dessa mesma ponte, da pra ter uma visão da próxima atração a ser desbravada, os calçadões Graslei (lado direito do mapa) e Korenlei (lado esquerdo do mapa), localizados as margens do rio Leye.
Essa parte da cidade da pra ser explorada a pé ou de barco (apesar de a gente não ter feito, eles duram 40 minutos e o tour parte da Graslei). Antigamente essa cidade era um antigo porto da cidade, mas atualmente, principalmente em um belo dia de sol, como tivemos a sorte de pegar enquanto estávamos lá, vimos várias pessoas sentadas as margens desses dois calçadões conversando e curtindo a vibe da cidade. A noite esse lugar também se transforma na melhor opção, afinal, é onde estão alguns hotéis, museus, lojas (lojas de chocolate!!), restaurantes e bares da cidade.
A próxima atração que visitamos foi o Gravensteen, o castelo dos condes de Flandres. É um castelo medieval super bem conservado, construído durante o século 12, para defender a cidade. Os dois grandes destaques desse lugar, na minha opinião, são: caminhar pelas muralhas, de onde se tem ótimas vistas da cidade e visitar a sala de torturas, com uma grande coleção de instrumentos (guilhotina, objetos de tortura e tem até uma masmorra) e técnicas de tortura usada contra inimigos que tentavam invadir a cidade. Valor de 10,00 euros em setembro de 2016.
Caminhando pelos arredores do castelo, chegamos a Ponte Kleine Vismarkt, localizada perto de dois grandes mercados da cidade, o Vismarkt (mercado de peixes) e o Vleesmarket (mercado de carnes). Na região onde estão esses mercados, existe uma série de café e lojinhas legais. Quando estivemos lá, essa área tinha uma obra na rua, o que prejudicou um pouco nossas fotos, mas deu pra conhecer tranquilamente.
Aproveite pra caminhar pela Langemunt, uma rua para pedestres cheia de lojas de marcas nacinais e internacionais. No fim dessa rua, sentido contrario de onde está a Vrijdagmarkt, fica o Korenmarkt, outro mercado importante da cidade. Antigamente era onde eram comercializados os grãos na cidade, mas atualmente é uma região cheia de restaurantes e bares (fica quase ao lado da Igreja de St Nicholas).
E pra terminar nosso dia em Gent, ainda passamos meio sem querer pela Werregarensteeg, a rua dos grafites. É uma área aberta, com várias obras de grafite. Como dá pra imaginar, super coloridos. Vale a pena caminhar por ali alguns minutinhos.
Apesar de não termos visitado, Gent conta com 3 museus: Museum voor Schone Kunsten (Museu de Belas Artes), SMAK (Museu de Arte Contemporânea) e o Design Museum. Fica a dica!
→ Outras informações
Gent tem cinco estações de trem, mas as principais são: Gent-St-Pieters (a maior de todas e ainda é uma estação internacional, pois da pra ir até Lille, na França) e a Dampoort (mais usada para deslocamentos dentro das cidades da região de Flandres). Nós chegamos de Bruxelas na estação de St-Pieters e la pegamos outro trem para Dampoort, que ficava localizada perto do nosso hotel. Para todos os outros deslocamentos, só usamos a Dampoort.
Se estiver na cidade em uma quinta-feira, aproveite para participar da Donderdag Veggiedag, uma espécie de dia vegetariano. Existem diversos restaurantes específicos e alguns tem cardápios especiais nesse dia. Além disso, pelo que li, dizem que escolas e organizações publicas só servem comida vegetariana nesse dia.
No norte da Bélgica, na região de Flandres, existem algumas comidas e bebidas tipicas. Nós provamos algumas, como: Waterzoii (pedaços de carne ou peixes, servidos com vegetais na nata e gema de ovo) e Stoofvlees ou Stoverij Carbonade Flamande (uma carne cozida com cerveja, acompanha batata frita), Presunto Ganda. Não deixe de provar as geleias da Callas Confiture, são maravilhosas! Gruut é uma cerveja artesanal produzida na cidade.
Obs.: Como a cidade está localizada na região de Flandres, a parte holandesa da Bélgica, eu usei nesse post o nome da cidade em holandês, mas o nome da cidade em francês é Gand, em inglês Ghent e em português Gante. Não se assuste com isso, pq todas essas variáveis são facilmente encontradas por ai!
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Oi Bruna, obrigada pelas dicas, já coloquei-as integralmente no meu plano! :)
Oi, Cintia
Obrigada pela mensagem e visita aqui no blog!!! :D
Aproveite Gent, foi uma das cidades que mais gostei na Bélgica!
Muito obrigada,Bruna e Raul por compartilhar essas dicas que, claro, amei! Parabéns pelas fotos também!
Oi, Loide
Muito obrigada pelo comentário!! Ficamos felizes que tenha gostado!